Reino Unido: Primeiro-ministro Boris Johnson demite-se
7 de julho de 2022O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, demitiu-se esta quinta-feira (07.07) como líder dos conservadores, mas disse que se manterá na chefia do Governo até ser substituído à frente do partido.
"Está claro que a vontade do Partido Conservador no Parlamento é que deveria haver um novo líder do partido e, portanto, um novo primeiro-ministro", disse o ainda chefe do Executivo, em mensagem à população lida diante do número 10 da Downing Street, a residência oficial do chefe de Governo.
Johnson apareceu em público cercado dos colaboradores mais próximos, da mulher, Carrie, e uma de suas filhas.
O primeiro-ministro garantiu que já foi iniciado o processo para substituí-lo e que, na próxima semana, será apresentado um cronograma para as mudanças.
Johnson lembrou que, até que os conservadores escolham um novo líder, ele seguirá à frente do governo de forma interina. No entanto, na oposição, há muitas vozes que pedem uma renúncia imediata.
Processo de substiuição
O PM garantiu que falou com Graham Brady, presidente do Comitê 1922 - que reúne deputados conservadores sem cargo no Governo -, para iniciar o processo de substituição, já que esse grupo é encarregado de estabelecer o calendário para a escola do novo líder.
Johnson reconheceu que, nas últimas horas, tentou convencer a cúpula do Executivo de que a melhor opção não era substituí-lo de forma imediata e lamentou ter "fracassado" nestas discussões, antes de dizer que "na política, ninguém é imprescindível".
Além disso, Johnson garantiu que é "imensamente orgulhoso" pelos feitos alcançados pelo Governo que liderou, como o Brexit - a saída do Reino Unido da União Europeia -, o trabalho na crise da pandemia da Covid-19, e por condenar a agressão russa à Ucrânia.
Crise política
"Ser primeiro-ministro é um aprendizado. Viajei para cada canto do Reino Unido e vi que muita gente tinha uma originalidade sem fronteiras e estava disposta a enfrentar velhos problemas de modos diferentes", afirmou Johnson.
No discurso, o primeiro-ministro agradeceu a todos os eleitores que votaram nele no pleito geral de 2019 e lamentou que não houve possibilidade de cumprir todas as promessas que fez.
Johnson, que alcançou maioria cerca de três anos atrás, aceitou entregar o cargo depois que mais de 50 membros do Governo apresentaram renúncia e após a saída de dezenas de membros do seu executivo nas últimas 48 horas.
Artigo atualizado às 15h10 de 07.07.22