Reestruturação do Corredor de Nacala deverá melhorar comércio exterior de África
O governo moçambicano e seus parceiros pretendem construir infraestruturas inerentes ao Porto de Nacala, nomeadamente estradas, linhas férreas para garantir o acesso do interior do continente ao litoral em todas as épocas do ano. Quando chove, por exemplo, aparecem as dificuldades de transporte. A situação afeta a economia.
Moçambique quer entrar na rota do comércio internacional com a reabilitação do Corredor de Desenvolvimento de Nacala, no norte do país, cujo plano já está na fase final.
Trata-se da reabilitação de infraestruturas como as vias ferroviária e rodoviária, expansão do terminal de contentores, no porto de Nacala, e a construção do aeroporto internacional.
A intenção é garantir que de todas as infraestruturas beneficiem também países como a Zâmbia, o Malauí, e o Congo Democrático. Tudo para facilitar o escoamento de mercadorias.
Por causa da exportação de carvão mineral em Tete, no centro do país, Moçambique poderá acelerar a sua integração, no âmbito da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), disse Danilo Nalá, diretor do Gabinte das Zonas de Desenvolvimento Aceleradas.
"Para cada um desses nós de desenvolvimento, vamos encontrar outros projetos específicos, tanto públicos ou privados. Os públicos incluem a linha férrea, estradas, a energia e se calhar algumas eventuais propostas de alteração daquilo que é o alinhamento dos projetos públicos. Isso tudo é discutido nos fóruns."
Acelerar o processo de industrialização
Moçambique conta com a cooperação do governo japonês e do Banco Africano de Desenvolvimento. As partes estiveram reunidas em Maputo para traçar estratégias de desenvolvimento do Corredor de Nacala.
Ryuichi Nasu, da agência japonesa de desenvolvimento internacional, garantiu que o mapa para o efeito já foi elaborado e que este inclui o desenvolvimento de outras áreas económicas e sociais.
"Começamos com alguns projetos de infraestrutura como a construção e reabilitação de estradas principais de Nampula, no norte de Moçambique, até Lichinga, província do Niassa no norte, do porto de Nacala e de pontes na província da Zambézia, no centro do país. Igualmente fizemos com projetos sociais. Construção de escolas secundárias de Nampula, o abastecimento de água e saneamento no Niassa e desenvolvimento agrícola", explica Nasu.
O ministro moçambicano da Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, diz que o país se inspira na experiência dos outros, cujo crescimento económico acelerou nas últimas décadas.
Segundo ele, os fortes investimentos em infraestruturas são a chave para acelerar o processo de industrialização, tomando como base os recursos naturais, particularmente os energéticos."Isso irá permitir o aumento da competitividade do Corredor de Desenvolvimento de Nacala, contribuindo assim para o aumento da produção e destinada à exportação, não só de lado de Moçambique como também dos países vizinhos", esclarece.
Dinheiro do exterior
A espinha dorsal de um corredor assenta num corredor de transporte. Sendo assim, a instalação das infraestruturas irá colocar Moçambique na rota do comércio mundial. Danilo Nalá, o diretor do Gabinte das Zonas de Desenvolvimento Aceleradas, garantiu que até outubro desde ano, altura que termina o desenho de todo o projeto, a reabilitação terá presença do setor privado que já foi solicitado a intervir.
"Nessa altura, já teremos uma ferramenta muito boa para podermos chamar os investidores privados. Mas, paralelamente a isso, já há convites para os investidores privados. Por exemplo, nos outros projetos de investimento ao longo do Corredor de Nacala. Em qualquer uma das províncias que eles estão, continuamos a convidá-los, mesmo não tendo terminado este projeto."
Na sequência do desenvolvimento do Corredor de Nacala, o governo de Moçambique criou a Zona Económica Especial. O objetivo é atrair investimentos nacionais e estrangeiros.