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CriminalidadeMoçambique

Raptado mais um empresário no centro de Maputo

DW (Deutsche Welle) | Lusa
5 de agosto de 2024

Foi registado esta manhã mais um rapto no centro da capital moçambicana. Trata-se de um empresário de 24 anos que foi sequestrado junto a uma unidade hoteleira de Maputo, quando saía de casa para o local de trabalho.

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Vista geral de Maputo
Foto: Roberto Paquete/DW

O rapto aconteceu às primeiras horas desta manhã, junto a uma unidade hoteleira da cidade, com a vítima a ser colocada à força na viatura dos alegados raptores, como mostram imagens do momento do crime, confimrou à Lusa fonte do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic).

De acordo com o jornal O País, o rapto ocorreu por volta das 08h40 minutos. Testemunhas tentaram socorrer a vítima, mas a ação foi rápida.

Nos últimos 12 anos, cerca de 150 empresários foram raptados em Moçambique e uma centena deixaram o país por receio, segundo números divulgados na semana passada pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), que defende que é tempo de o Governo dizer "basta".

 "Passados cerca de 12 anos desde a ocorrência do primeiro rapto, achamos que é tempo suficiente para que o Governo se pressione de forma mais pragmática a dar um basta a este mal. Por isso, reiteramos a necessidade de o Governo acolher as medidas propostas pelo setor privado", afirmou, em conferência de imprensa, em Maputo, o presidente do pelouro de segurança e proteção privada da CTA, Pedro Baltazar, reconhecendo o impacto de "biliões de dólares" na economia e no emprego no país.

Moçambique: Empresários da Beira protestam contra raptos

Profunda inquietação" da FRELIMO

A comissão política da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) admitiu na sexta-feira "profunda inquietação" com os raptos que continuam a registar-se em Maputo, pedindo às autoridades para "aperfeiçoar" o combate a estes crimes.

O órgão reuniu-se na sexta-feira, na sede do partido, na 31.ª sessão ordinária, sob presidência do presidente da formação política e chefe de Estado, Filipe Nyusi, tendo sido "informada da situação de segurança no país".

No comunicado final da reunião, a Comissão Política do partido no poder "encoraja as autoridades competentes a continuarem a aperfeiçoar mecanismos na busca de soluções, face a estes crimes, que afetam o sossego das famílias e compromete as iniciativas que concorrem para o desenvolvimento socioeconómico de Moçambique".

O Sernic anunciou na sexta-feira ter desmantelado uma residência, nos arredores de Maputo, que serviria para cativeiro de uma próxima vítima de rapto na capital. "Este imóvel teria sido arrendado ao valor de 25 mil meticais [360 euros] por mês, por três meses, no valor de 75 mil meticais [1.080 euros]. É uma residência que já tinha sido preparada para ser usada como mais um cativeiro aqui na Matola-Rio, no bairro Djonasse", anunciou Hilário Lole, porta-voz do Sernic em Maputo.

A polícia moçambicana registou, até março, um total de 185 casos de raptos e pelo menos 288 pessoas foram detidas por suspeitas de envolvimento neste tipo de crime desde 2011, anunciou anteriormente o ministro do Interior.

O Presidente de Moçambique reconheceu em julho que o combate aos crimes de raptos ainda constitui um desafio no país e pediu à polícia para trazer a público os seus "mandantes": "Tragam pelo menos um mandante, hão de ver que a narrativa vai mudar, porque os mandantes são muito medrosos, a gente basta tomar uma certa medida e eles logo fogem".