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Protesto em Luanda: “Hospital não pode ser cemitério”

3 de julho de 2021

Angolanos, na sua maioria jovens, protestaram este sábado (03.07) contra o elevado número de mortes por malária e doenças diarreicas agudas em Angola. E contra as enchentes nos hospitais do país.

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Angola I Junge Angolaner demonstrieren gegen den Anstieg der Malariafälle
Foto: Borralho Ndomba

Os manifestantes que exigem reformas no sistema de saúde do país, acusam o Governo de prestar mais atenção às questões relacionadas com a Covid-19.
Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde em junho, Angola registou de janeiro a maio de 2021, mais três milhões de casos de malária que resultaram em cerca de 5.573 óbitos em todo o país. Esse número de acordo com os jovens manifestantes, representa a “falta de humanidade do Governo para com o povo”.

Numa mensagem lida este sábado (03.07), no Largo da Independência em Luanda, os manifestantes defenderam que, para além da construção de novas unidades sanitárias, as autoridades deviam apostar em colocar mais médicos nos hospitais e garantir melhores condições de trabalho aos profissionais de saúde.

Vigília na sede do Ministério da Saúde

Angola I Junge Angolaner demonstrieren gegen den Anstieg der Malariafälle
Foto: Borralho Ndomba

Os ativistas angolanos prometem realizar mais manifestações de reivindicações contra as mortes e enchentes nos hospitais. “O próximo passo depois da manifestação deste sábado, será uma vigília na sede do Ministério da Saúde”, diz o grupo.

Os jovens também questionam viabilidade do Plano Nacional de Desenvolvimento da Saúde (PNDS), que previa alocar de 2012 a 2025, 5,2 milhões de dólares anualmente ao sistema da saúde. E querem saber do paradeiro do referido valor."Em 2016 o país viveu uma terrível crise sanitária com o surto da febre amarela. Foi concretamente no ano que este plano estava em vigor", disse o jovem Adilson Manuel apelando que todos angolanos abracem e apoiem a vigília que pretendem realizar no hospital Josina Machel "Maria Pia" e no Ministério da Saúde.

"Essa marcha vai continuar porque somos persistentes. Estamos a pensar de facto numa vigília no Hospital Maria Pia porque um hospital não pode ser cemitério”, defendeu Adillson Manuel, para quem “as pessoas vão aos hospitais para terem assistência médica e não a morte".

Culpa do MPLA

Clemente Dias, outro manifestante, culpa o MPLA, partido no poder, pelas mortes que se registam nos hospitais do país. O Jovem diz que o problema dos angolanos será minimizado com alternância política.
"Temos a certeza que o MPLA não tem capacidade para resolver os problemas dos angolanos. Estamos fartos das mortes nos hospitais”, disse acrescentando que “as mães vêm seus filhos a morrer por falta de dinheiro para a compra de medicamentos e o nosso Governo não se pronuncia e nem se importa com o povo angolano".

Ao contrário das outras manifestações impedidas pelas autoridades, esta ocorreu sem sobressalto e teve o asseguramento da Polícia Nacional.

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