Projeto une criatividade e tecnologia, em Moçambique
11 de março de 2019Chegou o "Createc", um projeto que junta no mesmo palco profissionais de diferentes áreas para a criação de soluções artísticas e empreendedoras de base tecnológica.
A ideia é do Centro Cultural Moçambicano-Alemão (CCMA) que já aceitou 40 candidaturas de jovens empreendedores de diversas áreas com recurso às tecnologias.
O projeto insere um leque de artistas profissionais - como músicos, bailarinos, fotógrafos, designers, cinematógrafos, atores, entre outros - que podem criar o auto-emprego.
Nuno Amado, designer, elogia esta ideia e entende que é um momento ímpar para os jovens mostrarem o seu talento nesta área para a promoção do auto-emprego.
"Sempre tive uma ideia de criar uma empresa gerida por jovens. A primeira coisa que pensei ao criar a empresa foi buscar jovens, porque acredito que os jovens são mais recetivos a ideias inovadoras e foi o ingrediente perfeito", recorda.
"Temos soluções super inovadoras, viradas para o mundo digital, que os jovens percebem melhor que os outros", defende.
Enquanto alguns jovens já criaram bases para o auto-emprego, há quem ainda vê este projeto como uma luz no fundo do túnel. É o caso de Rui Marques que também é designer.
"Aqui está a nata dos inovadores. Então, todo mundo quer estar aqui. Não poderia ser diferente, nós também queremos estar aqui porque é uma grande oportunidade", avalia Marques.
Seleção de talentos
A seleção de candidatos será feita num encontro do tipo seminário, em que cada um dos concorrentes terá o seu tempo para defender a sua ideia. Isto porque, segundo a diretora do CCMA, Konstanze Kampfer, "ideias não faltam e criatividade não falta".
"Agora, a questão é como podemos fazer dinheiro com isto. O desemprego é muito grande. Por isso, juntamos a este projeto a Câmara da Indústria e Comércio da Alemanha para África Austral e a incubadora do Standard Bank, que tem também o conceito de dar um espaço para os jovens empreendedores", explica Kampfer.
Os candidatos são igualmente desafiados a ter o melhor e mais competitivo produto, no sentido de convencer os empresários a comprar as suas ideias.
A diretora do CCMA avança ainda a estratégia para atrair a atenção do mercado.
"O que vamos fazer é bater às portas de muitos empresários digitais e convidá-los a participar e a ver os produtos", revela.
"Estamos a pensar em convidar os empresários para fazer parte do júri para selecionar os três melhores [candidatos]. Podem ficar animados e gostar da criatividade, dos procedimentos, dos produtos", conclui Kampfer.
Está aí então mais um desafio aos jovens empreendedores moçambicanos para mostrarem o que valem, promoverem o auto-emprego e, quiçá, serem empresários digitais.