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EducaçãoMoçambique

Professores ameaçam boicotar exames finais em Moçambique

Conceição Matende
15 de novembro de 2024

Associação Nacional dos Professores de Moçambicanos (Anapro) convocou para sábado (16.11) uma marcha em Maputo. Objetivo: Exigir melhores salários, condições de trabalho e pagamento de horas extraordinárias em atraso.

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Professores em protesto, Maputo-Moçambique
Foto: Romeu da Silva/DW

Em Moçambique,professores ameaçam boicotar os exames finais se o Governo não pagar as

horas extraordinárias que lhes deve. A Associação Nacional dos Professores de Moçambicanos (Anapro) convocou para este sábado (16.11) uma marcha na cidade de Maputo para reivindicar melhores condições de trabalho e o pagamento de horas extraordinárias em atraso. Isac Marrengula, presidente da Anapro, falou à DW:

DW África:  No princípio do ano, aANAPROfez uma marcha pelas ruas da cidade de Maputo, em que foram chamados de arruaceiros pelo Ministério da Educação. O que espera com as novas marchas?

Isac Marrengula (IM): Esperamos que os professores saiam às ruas e deem uma resposta ao Ministério e um basta a não valorização dos professores e ao desprezo que oGovernotem mostrado ao longo dos últimos dez anos.

DW: Qual é o objetivo da manifestação convocada pela ANAPRO para este sábado?

IM: Nós queremos exigir do Governo o respeito peloprofessor,e que descongele todos os processos administrativos, não temos promoções na careira e nem mudanças de categorias.

DW: A ANAPRO sai para as ruas para se manifestar numa altura em que o país enfrenta uma série de manifestações. Isso pode estar relacionado?

IM: Isso não tem nenhuma relação, porque se nós não exigirmos ao Governo que nos colocou no fundo do poço, quem fará isso por nós? Não tem como associar a nossamanifestaçãoàs causas partidárias. Podemos dizer que o professor faz parte do povo e como tal temos o nosso direito de manifestar diante desse povo que é barbaramente assassinado.

Vimos o caso de uma criança que foi assassinada voltando da escola. Então, por ela nós iremos marchar para dar um basta nessa atitude.

DW: O que é a ANAPRO espera com o novo protesto?

IM: Esperamos que o Ministério da Educação resolva o problema dos professores, porque se não honrar, sobretudo, com a questão do pagamento das horas extraordinárias de vinte dois meses, haverá boicote dos exames gerais ao nível nacional, automaticamente não haverá entrega dos resultados e o próximo ano letivo estaria comprometido. Os professores são unânimes, a nível nacional, em boicotar os exames finais deste ano, se o Governo não se comprometer [em resolver as nossas questões] e isso não terá volta.

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