Prejuízos não impedem Aeroportos de Moçambique de gastar
13 de setembro de 2023De acordo com a empresa, a reabilitação e modernização deverá começar este ano. O início das obras está previsto para o terceiro trimestre.
No entanto, a empresa enfrenta desafios financeiros significativos, acumulando prejuízos de quase 820,5 milhões de meticais [cerca de 12 milhões de euros] em 2022. Sendo assim e face ao contexto económico do país, vários analistas argumentam que a reabilitação e modernização das infraestruturas não deve ser uma prioridade.
"O património líquido da empresa Aeroportos de Moçambique é calamitoso", constata o economista moçambicano Clésio Foia, sublinhando que a empresa está tecnicamente falida.
Os "elefantes brancos"
Por outro lado, o analista económico Dereck Mulatinho lembra o caso do mais recente aeroporto no país, o aeroporto Filipe Jacinto Nyusi, localizado em Chongoene, na província de Gaza, que não tem gerado lucros ao Estado.
Mulatinho considera que a criação deste aeroporto faz parte de uma estratégia de expansão e modernização das infraestruturas aeroportuárias para atrair um novo tipo de público, mas "essa estratégia mostrou-se ineficaz, já que não conseguiu gerar demanda".
Relativamente ao aeroporto de Nacala, também considerado um "elefante branco", o economista Clésio Foia lembra que "também não gera receita e opera muito abaixo da sua capacidade".
Dereck Mulatinho propõe uma solução para revitalizar a Aeroportos de Moçambique: "Se calhar, dividir a empresa em duas, uma que poderia gerir a componente dos aeródromos e a outra que poderia gerir a componente dos aeroportos".
No último relatório de contas, referente ao ano 2022, a empresa afirmou que o setor aeroportuário, em particular, registou uma recuperação significativa no tráfego, com uma média de crescimento de 25%, após um período de estagnação causado pela pandemia da Covid-19.