Portugal escolhe Presidente em meio à severa pandemia
24 de janeiro de 2021Portugal realiza eleições presidenciais neste domingo (24.01), e tem o candidato moderado e Presidente cessante como favorito a um segundo mandato de cinco anos. Porém, num momento em que agrava-se a pandemia de Covid-19 nesta nação da União Europeia.
Marcelo Rebelo de Sousa, 72 anos, é considerado líder à frente das pesquisas entre os demais sete candidatos. É um professor de direito e antiga personalidade televisiva que, como Presidente, tem tido consistentemente uma taxa de aprovação de 60%, ou mais.
Para vencer, o candidato tem de obter mais de 50% dos votos. Mas o principal desafio, sem sombra de dúvidas, é o grave surto de infeções por coronavírus nos últimos dias, que poderia manter baixa a afluência às urnas. Talvez até levar o pleito a uma segunda volta, a 14 de fevereiro.
Taxas mais elevadas do mundo
Portugal tem as taxas mais elevadas do mundo de novas infeções diárias e mortes, de acordo com uma contagem feita pela Universidade Johns Hopkins, e o sistema de saúde pública do país está sob enorme pressão.
As mesas de voto, que estiveram este ano em maior número, para evitar grandes concentrações de pessoas, abriram às 08h com previsão de encerramento às 19h. Segundo a Direção-Geral da Saúde, para ir votar os eleitores tiveram de usar máscara e, preferencialmente, levar uma caneta, por uma questão sanitária e de higiene.
Especialistas ouvidos admitiram que estas eleições possam registar uma abstenção recorde, entre os 60% e os 70%, devido ao medo da pandemia, por um lado, mas também ao desinteresse dos eleitores e por haver um candidato favorito. Ao longo dos últimos dias, Portugal tem registado diariamente mais de 10 mil casos de infeção e mais de 200 mortos por causa da Covid-19.
Candidatos
No pleito, concorrem sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP e atual titular do cargo de Presidente da República), Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre), que aparecem por esta ordem no boletim.
O boletim de voto conta, no entanto, com mais um nome: Eduardo Baptista, logo o primeiro, cuja candidatura não foi aceite pelo Tribunal Constitucional por falta de assinaturas e, por isso, os votos nesta opção serão considerados nulos.
Se nenhum candidato conseguir mais de metade dos votos, haverá uma segunda volta, em 14 de fevereiro, com os dois mais votados.