"Passeio dos Cantores": Mural homenageia músicos angolanos

Neste mural, inaugurado em dezembro de 2021 pela primeira-dama de Angola, Ana Dias Lourenço, estão 27 figuras de renome da música do país. A iniciativa foi levada a cabo por moradores do setor 3 da ilha de Luanda e visa homenagear os artistas pelo contributo dado à cultura.

Wiza interpretava os seus temas musicais maioritariamente na língua nacional Kicongo, predominante na províncias angolanas do Uíge, Zaire e Cabinda. Morreu em maio de 2017, vítima de doença.

Waldemar Bastos ficou conhecido pela voz potente. Eternizou o tema "Velha Xica", canção que aborda a luta contra o colonialismo português, espelhado no refrão "Xé menino no fala política". Bastos morreu em agosto de 2020, em Lisboa.

Alberto Teta Lando é outro músico angolano que dispensa apresentações. Foi presidente da União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC), que, após o seu falecimento, em julho de 2008, criou o Prémio de Arte "Alberto Teta Lando" em sua homenagem.

Sofia Rosa é um cantor angolano dos anos 60/70. Nasceu no Ambriz, província do Bengo, região próxima de Luanda. Morreu em 1975, ano em que Angola se tornou independente. Em 1963 integrou o grupo teatral Ngongo, fundado por José de Oliveira Fontes Pereira. Entre os seus temas mais populares está "Kalumba".

Lourdes Van-Dúnem nasceu em abril de 1935, em Luanda, e morreu a 4 de janeiro de 2006, aos 70 anos. Chegou à ribalta na década de 1960 com o grupo "N'gola Ritmos", com quem gravou o seu primeiro álbum, "Monami". Também fez parte do grupo "Jovens do Prenda". É considerada uma das melhores vozes de Angola.

Carlos Aniceto "Liceu" Vieira Dias foi o fundador do grupo musical "N'gola Ritmos" e é considerado por muitos o "pai da moderna música popular urbana angolana". O grupo também compôs temas que contribuíram para a descolonização de Angola.

Adão Gonçalves "Jivago" é um dos cantores angolanos de referência. Morreu em outubro de 2020 no Hospital do Prenda, em Luanda, vítima de doença. A sua música "Avó Teté" é um das mais dançadas em festas populares, e não só, em todo o país.

Carlos Burity é outro dos nomes maiores da cultura angolana. Conhecido pelas suas composições, cantadas em Kimbundo e Umbundo, Burity era uma das vozes autorizadas para cantar semba, um dos mais populares estilos musicais de Angola. Morreu em agosto de 2020 e deixou sucessos como "Malalanza", "Tia Joaquina", "Tona Caxi", "Manazinha" e "Mucagiami".

Bernardo Jorge "Bangão" nasceu em setembro de 1962 e morreu em maio de 2015, na África do Sul, vítima de doença. Participou em inúmeros espetáculos realizados em Portugal, Argentina, Namíbia ou Brasil, onde dividiu o palco com Gilberto Gil. Conhecido pela sua voz aguda e potente, "Bangão" exibia em palco fatos que se destacavam. Também era caraterizado pela palavra "cuidado" nas suas músicas.

Roberto Tiago da Silva de Almeida nasceu a 8 de novembro de 1976. "Tchuma" (irmão), como era carinhosamente tratado, iniciou a carreira na década de 1980, mas despontou no mercado no princípio dos anos 90, depois de se juntar ao irmão Moniz de Almeida.