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Participação de São Tomé e Príncipe no Acordo de Parceria Económica

28 de outubro de 2011

Instabilidade política e falta de meios financeiros de São Tomé e Príncipe condicionam sua participação na Comunidade Económica e Monetária da África Central - CEMAC - nas negociações do Acordo de Parceria Económica.

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São Tomé e Príncipe "necessita de dar passos decisivos no sentido da estruturação da economia, no aumento da produção interna de bens e serviços.", diz Agostinho Fernandes, ministro do Plano e Desenvolvimento do paísFoto: picture-alliance/ dpa

É sabido que a União Européia (EU) tem feito pressão no sentido de estabelecer Acordos de Parceria Económica (APE) com as sub-regiões do continente africano. No caso de São Tomé e Príncipe, devem ponderar-se dois cenários: APE sem e com adesão à CEMAC – a Comunidade Económica e Monetária da África Central.

Três possibilidades de negociação

Segundo o director do Comércio, Fernando Pereira, no relacionamento com a União Europeia, por exemplo, há três possibilidades de negociação para o país:

"numa situação de preferências comerciais que a EU dá aos países menos avançados", em que São Tomé e Príncipe poderá ser apenas observador da Comunidade Económica e Monetária da África Central e, só entraria na CEMAC mais tarde, depois de as devidas consequências terem sido avaliadas. "Ou então, assinar um acordo tendo em conta as vantagens e desvantagens que esse acordo poderia ter para o país. "

As negociações iniciadas em 2004 entre a Comunidade Económica e Monetária da África Central e a União Europeia ainda não viram a luz ao fundo do túnel. Foram interrompidas em Dezembro de 2007 e retomadas em Fevereiro de 2010. Na opinião da embaixadora da União Europeia, Cristina Barreiros, foi a medida mais acertada porque "será um vetor de integração regional, fomentará a integração no comercio mundial".

Ferramenta de desenvolvimento

Para a delegação do Comité de Negociação da CEMAC, existem ainda divergências na abordagem. A África Central defende que o APE não deve ser apenas um acordo comercial, mas também uma ferramenta de desenvolvimento, na qual a União Europeia terá igualmente de participar. Uma participação que foi garantida por parte de Cristina Barreiros, embaixadora da UE

Kakaoplantage auf Sao Tome und Principe
Plantação de cacau em São Tomé e PríncipeFoto: DW

A agricultura e a pecuária, são alguns dos setores potenciais para o arquipélago. O engenheiro Argentino Pires dos Santos, lembra que “pela pequenez” de São Tomé e Príncipe” o país é obrigado a entrar em parcerias económicas “senão ficamos sozinhos, diz.”

Vantagens incertas

Turismo e serviços são outras áreas possíveis. Na perspetiva do ministro do Plano e Desenvolvimento, Agostinho Fernandes, a assinatura do Acordo de Parceria Económica com a União Europeia poderá mobilizar alguns apoios para São Tomé e Príncipe.

"Reconhecemos que no estado atual tais vantagens são meramente potencias. Na verdade, o país necessita de dar passos decisivos no sentido da estruturação da economia, no aumento da produção interna de bens e serviços. Só assim São Tomé e Príncipe poderá posicionar-se melhor como parceiro igualitário, tanto nas trocas comerciais inter-regionais como com a Europa e o resto do mundo."

Autoria: Juvenal Rodrigues (São Tomé)

Edição: Carla Fernandes/António Rocha