Papel da mulher moçambicana realçado na imprensa alemã
10 de janeiro de 2014
Em Moçambique, o papel das mulheres na produção de alimentos é importantíssimo. Sobretudo nas áreas rurais, elas fazem tudo para assegurar a nutrição das suas famílias. É nesse sentido que vai a reportagem publicada no diário Neues Deutschland. Citamos:
"Sem o empenho das mulheres a agricultura de subsistência em Moçambique nem sequer existiria. São sobretudo as mulheres que cultivam as terras, por vezes com enxadas e outros instrumentos rudimentares; são elas que semeiam e são elas que colhem os frutos do seu trabalho, que servem para a alimentação das suas famílias".E o jornal adianta: "As mulheres asseguram a agricultura de subsistência, não apenas em Moçambique. 70 por cento do trabalho agrícola em toda a África subsaariana é executado por mulheres. 80 por cento dos alimentos são produzidos por mulheres. O relatório da ONU sobre a agricultura global confima isso".
Coordenadora da UNAC: governo de Moçambique deve apoiar camponesas
O Neues Deutschland publica ainda uma entrevista com Lizarda Cossa, coordenadora da UNAC, a União Nacional de Camponeses de Moçambique. Nessa entrevista Lizarda Cossa realça:
"É necessário facilitar o acesso das pequenas agricultoras de Moçambique às sementes e também ao microcrédito. O governo em Maputo tem, nesse aspeto, uma grande responsabilidade".
Sudão do Sul: empenho da Alemanha devia maior
O Sudão do Sul e a República Centro-Africana são dois outros países em crise que ocupam as atenções dos jornalistas alemães. O Süddeutsche Zeitung, editado em Munique, pergunta porque é que o governo alemão não envia tropas para ajudar a apaziguar o Sudão do Sul. Citamos:
"A Alemanha tem um novo governo. Mas a política em relação às guerras no continente africano continua marcada pela indiferença. O Sudão do Sul mergulha numa guerra civil. Milhares de pessoas indefesas, muitas delas crianças, são assassinadas. A ONU decidiu enviar mais 5.500 soldados da paz, medida que a Alemanha aprovou. O Bangladesh envia mil soldados, a Austrália disponiblizou-se a transportar soldados de todo o mundo para o Sudão do Sul. E o que faz a Alemanha? A Alemanha contribui apenas com ajuda humanitária. Soldados alemães não irão para o Sudão. Fim da discussão".
República Centro-Africana: franceses cada vez mais céticos
Frankfurter Allgemeine Zeitung, editado na cidade de Frankfurt, debruça-se sobre o tema República Centro-Africana, mais precisamente sobre o papel do presidente interino Michel Djotodia. Citamos:
"A comunidade internacional - e sobretudo a França - distancia-se cada vez mais de Djotodia. Ele é acusado de estar a fazer um jogo duplo. O ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Laurent Fabius, no entanto, não se quiz pronunciar publicamente sobre o futuro do presidente interino da República Centro-Africana. O povo francês, entretanto, mostra-se cada vez mais cético quanto à utilidade da intervenção militar francesa na República Centro-Africana: Apenas 41 por cento dos franceses aprovam a intervenção. Philippe Hugon do Instituto francês de Relações Internacionais e Estratégicas, em Paris, é de opinião que os soldados franceses pouco ou nada podem fazer. O objetivo de desarmar as milícias é praticamente inatingível, uma vez que a arma mais utilizada continua a ser a catana. Os blindados e helicópteros franceses pouco ou nenhum efeito terão contra as guerrilhas urbanas que atuam na República Centro-Africana".