Países africanos de olhos postos no mundo para transformar a economia
3 de junho de 2014As Maurícias estão no topo do modelo de economia em transformação em África, seguido pela África do Sul e da Costa do Marfim.
Moçambique surge em 11.° lugar na lista de 21 países da África subsariana. É o que revela o Índice de Transformação da Economia africana, apresentado nesta terça-feira, na Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em Roma, pelo Núcleo Africano para a Transformação da Economia.
Ao reparar no Índice de Transformação da Economia africana surge logo uma pergunta: Porque somente 21 dos 53 países africanos estão representados?
O presidente do Núcleo Africano para a Transformação da Economia, Kingsley Amoako, tem uma resposta: “Uma das conclusões-chave do relatório é que é preciso investir em dados, análises e realizar um senso da produção industrial. Sem isso, não poderemos atingir a meta para a transformação. Por isso ter dados é muito importante”.
Mais crescimento
Apesar da lacuna de dados sobre a economia africana, a organização, com sede em Acra, capital do Gana, insiste que África precisa de mais do que crescimento económico.
Segundo o Núcleo Africano para a Transformação da Economia, é necessário que haja uma transformação económica em cinco estádios: diversificação da produção e exportações; competitividade nas exportações; incremento na produção; modernização das tecnologias e bem-estar económico da população.
Entre os 21 países analisados, Moçambique encontra-se na 11ª posição no Índice de Transformação da Economia. Se não fosse a péssima avaliação no que diz respeito ao bem-estar económico da população, Moçambique poderia estar entre os cinco países africanos que mais promovem a transfomação da economia.
“Moçambique é um dos países que tem a oportunidade para transformar a economia nos próximos 15-20 anos”, frisa Amoako.
Aprender com os outros
O que se pretende é que aprendam as lições de países que já estiveram no mesmo patamar de desenvolvimento, conseguindo diversificar e solidificar as economias com um razoável incremento na qualidade de vida das suas populações.
Com essa ideia, o primeiro relatório do índice compara o atual estado de 15 países africanos com oito países que já transformaram suas economias: Brasil, Chile, Indonésia, Malásia, Singapura, Coreia do Sul, Tailandia e Vietname.
“Há quarenta anos atrás, estes países tinham características muito similares às dos países africanos e eles conseguiram transformar a economia. Então, por meio desta comparação, podemos aprender como é que eles fizeram isso e como nós, em África, podemos também fazê-lo. Não queremos copiar, mas aprender”, afirma.
O Índice de Transformação da Economia africana é uma das ferramentas que o Núcleo Africano para a Transformação da Economia oferece aos países do continente para que até 2025 as próprias nações sejam capazes de gerir a própria transformação e consolidação da economia.
Os próximos relatórios deverão fornecer dados sobre o papel da educação, sociedade civil, liberdade de imprensa, pequenos produtores, mulheres agricultoras, democracia e transparência na tranformação da economia africana.