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ReligiãoEtiópia

Etiópia: ONU preocupada com conflito religioso no país

Lusa
7 de maio de 2022

Alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos expressa preocupação com recentes confrontos mortais entre muçulmanos e cristãos ortodoxos na Etiópia e apela às autoridades para responsabilizarem os autores.

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Äthiopien Orthodoxer Priester
Nesta imagem, um sacerdote ortodoxo da etíope (foto de arquivo).Foto: Sergi Reboredo/picture alliance

A Alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, disse estar "profundamente perturbada" com a violência que provocou pelo menos 30 mortes e mais de 100 feridos no norte da Etiópia no final de abril, de acordo com dados da organização.

Segundo a responsável, os conflitos tiveram início em 26 de abril, em Gondar, região de Amhara. Na génese destes confrontos esteve, aparentemente, uma disputa de terras, tendo os conflitos expandido para outras regiões e para a capital do país, Adis Abeba.

De acordo com o Departamento de Assuntos Islámicos de Amhara, nesse dia houve um ataque durante um funeral de um ancião muçulmano, tendo descrito a cena como um "massacre" por "extremistas cristãos".

Violência

"Parece que duas mesquitas foram queimadas e outras duas parcialmente destruídas em Gondar", afirmou Bachelet, que acrescentou que, "na aparente retaliação que se seguiu, dois cristãos ortodoxos foram alegadamente queimados vivos, um homem foi morto com um machado e cinco igrejas queimadas" no sudoeste do país, noticia a agência France-Presse (AFP).

Segundo Bachelet, as autoridades etíopes dizem ter já detido 578 pessoas em quatro cidades devido aos confrontos.

Schweiz Genf | UN-Hochkommissarin für Menschenrechte Michelle Bachelet zum Ukraine Krieg
Alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.Foto: Fabrice Coffrini/AFP/Getty Images

"Apelo às autoridades etíopes para que conduzam investigações rápidas, exaustivas, independentes e transparentes sobre cada um destes incidentes mortais", instou Bachelet, que defendeu que estas devem esforçar-se para "assegurar a responsabilização" dos perpetradores desta violência.

Julgamentos justos

De igual forma, pediu para que haja julgamentos justos "em conformidade com o direito internacional, sem discriminação". 

Bachelet pediu também uma ação ampla em toda a Etiópia para reconciliar as comunidades neste país de maioria cristã.

"Para prevenir mais violência religiosa, é fundamental abordar rapidamente as causas subjacentes a esta violência", sublinhou, destacando a necessidade de uma "participação significativa dos sobreviventes, das famílias e das comunidades afetadas".

Os muçulmanos representam cerca de 34% dos 115 milhões de habitantes da Etiópia. 

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