O destino fatal dos glaciares no mundo
Não é só a Islândia que testemunha o desaparecimento de glaciares devido às alterações climáticas. Em vários continentes, glaciares icónicos estão a derreter por causa do aquecimento global.
O gelo de África a desaparecer
Os glaciares do Monte Kilimanjaro estão em risco. Em 2012, cientistas da NASA estimaram que o que sobrou do gelo na montanha mais alta de África desapareceria em 2020. O Kilimanjaro é uma das principais atrações turísticas da Tanzânia e é um grande gerador de receitas num país onde a maioria da população vive abaixo da linha da pobreza.
Islândia: A morte de um glaciar
A Islândia fez uma cerimónia fúnebre ao Okjökull, o primeiro glaciar a desaparecer no país devido às alterações climáticas. Conhecido como 'Ok', o Okjökull perdeu o estatuto de glaciar em 2014, por causa da redução da quantidade de gelo. Na cerimónia, as pessoas em luto ergueram cartazes alertando que os principais glaciares do país terão o mesmo destino nos próximos 200 anos.
Antártida: Enorme glaciar, grande risco
Acredita-se que o glaciar de Thwaites, que integra a camada de gelo da Antártida Ocidental, representa o maior risco para o aumento do nível dos oceanos no futuro. Se colapsar, poderá provocar uma elevação de 50 centímetros no nível do mar, segundo um estudo financiado pela NASA. A Antártida tem 50 vezes mais cobertura de gelo do que todos os glaciares de montanha do mundo juntos.
Patagónia: Beleza a derreter
O glaciar Grey fica na Patagónia, no Chile, e é a maior extensão de gelo no hemisfério sul, fora da Antártida. Os pesquisadores monitorizam de perto o derretimento do gelo na região. Isso poderá ajudá-los a entender como outros glaciares, como os da Antártida e da Gronelândia, poderiam transformar-se em climas mais quentes.
Como proteger o gelo alpino?
O glaciar do Ródano, na Suíça, é a nascente do rio de mesmo nome. Durante vários anos, no verão, os cientistas cobriram o gelo com mantas brancas resistentes aos raios ultravioleta, para tentar atrasar o seu derretimento. Segundo os cientistas, o aumento das temperaturas pode derreter dois terços da cobertura dos glaciares alpinos até ao final do século.
Nova Zelândia: Acesso apenas de helicóptero
Na Nova Zelândia, o glaciar Franz Josef, na Ilha Sul, é um destino turístico popular. O glaciar costumava ter um padrão cíclico de avanço e recuo. Mas o glaciar está a diminuir rapidamente desde 2008. Os guias locais costumavam levar os turistas diretamente para o glaciar a pé. Agora, a única forma de acesso é de helicóptero.
Alasca: Derretimento em tempo recorde
O estado norte-americano do Alasca tem milhares de glaciares. Um estudo mostra que alguns deles estão a derreter 100 vezes mais rápido do que os cientistas tinham previsto. Em agosto, dois alemães e um austríaco foram encontrados mortos depois de um passeio de caiaque no lago glaciar Valdez. As autoridades dizem que os turistas morreram provavelmente devido à queda de gelo glaciar.
Gronelândia: Aumento insuficiente
O glaciar Jakobshavn, o maior da Gronelândia, até está a aumentar. Mas, apesar de uma ponta do glaciar se ter tornado um pouco mais espessa desde 2016, o gelo está a derreter a uma velocidade maior do que o crescimento. Os cientistas acreditam que o aumento se deve a um influxo incomum de água fria do Atlântico, mas a expetativa é que águas mais quentes retornem em breve.