Novo Presidente do Malawi estende a mão a Moçambique
6 de julho de 2020O novo Presidente do Malawi, Lazarus Chakwera, condenou os ataques armados no norte de Moçambique, manifestando disponibilidade para ajudar no alcance da paz no país e na África Austral, refere um comunicado do gabinete da Presidência moçambicana.
Lazarus Chakwera repudiou a violência no norte, durante uma conversa telefónica com o seu homólogo moçambicano, Filipe Nyusi, indica a nota. "O Presidente Lazarus Chakwera condenou as ações terroristas no norte do país e manifestou o seu apoio de modo a garantir a paz na região", assinala o comunicado.
Os dois chefes de Estado exprimiram o desejo de centrar as atenções na cooperação na defesa e segurança visando o combate à violência armada. Filipe Nyusi e Lazarus Chakwera analisaram igualmente o combate à Covid-19, partilhando informação e experiência na luta contra a pandemia.
O chefe de Estado moçambicano manifestou o interesse pessoal de cooperar com o Presidente malauiano e convidou-o a visitar Moçambique, logo que as condições estiverem criadas.
Sacrifícios "em casa"
Lazarus Chakwera, um antigo pastor evangélico de 65 anos, ganhou as eleições de 23 de junho com 58,57% dos votos, à frente do chefe de Estado cessante Peter Mutharika, que estava no poder desde 2014. As eleições foram repetidas este ano, depois de ter sido comprovada fraude generalizada no escrutínio de 2019, que reelegeu Mutharika, mas acabaria por ser anulado.
Esta segunda-feira (06.07), o novo Presidente pediu sacrifícios aos cidadãos para conseguir "levantar o país", falando durante a cerimónia de investidura, que foi reduzida por causa da pandemia de Covid-19.
Ao longo da campanha, o agora novo chefe de Estado denunciou a falência económica e a corrupção do governo do antecessor. "Devemos ter a coragem de enfrentar a dura realidade se quisermos um dia desfrutar da plenitude da nossa nação", disse, durante a breve cerimónia de tomada de posse num quartel da capital, Lilongwe.
"Somos todos parte dos problemas do Malawi, todos temos de ser parte da solução", acrescentou. Chakwera comprometeu-se a divulgar anualmente a sua declaração de bens e a prestar contas ao Parlamento.
"Antes de começarmos a reconstrução, devemos limpar as ruínas da corrupção, preguiça, dependência dos nossos doadores, impunidade, falta de profissionalismo ou incompetência", disse o novo chefe de Estado, que falava para apenas 50 convidados.