"Negligência" mata nas estradas de Cabo Delgado
11 de agosto de 2015Abdul Chande conduz uma carrinha de passageiros, um "chapa 100". Apanhámo-lo sem cinto de segurança. Mas o condutor assegura que estava a repousar, por isso não pôs o cinto. Porém, sabe a sua importância.
"Se houver um acidente ou um obstáculo, o cinto de segurança salva vidas."
Outro condutor, Nelo Mussa, garante que usa sempre o cinto. Está ainda ciente dos riscos que os viajantes correm. Por isso, diz que o Governo precisa de "fazer campanha" e ter mão dura para que não se importem veículos sem cintos de segurança para passageiros.
Da teoria à prática
Nas escolas de condução, os professores recomendam constantemente os alunos a usar cinto de segurança, diz Faustino Lidimba. O instrutor defende uma penalização mais efetiva das pessoas que forem apanhadas a conduzir sem cinto – "para corrigir a situação e garantir que isso não volta a acontecer nas nossas estradas."
Mas, apesar dos avisos, muitos condutores continuam a não pôr o cinto. O porta-voz da polícia de Cabo Delgado lamenta o facto dos condutores e motociclistas relegarem para segundo plano o uso do cinto de segurança e capacete na via pública.
"Muitas vezes, os motociclistas carregam consigo os capacetes, mas não usam – ou só usam se avistarem algum regulador de trânsito", diz Abdul Chaguro.
"Negligência"
No primeiro semestre de 2015, 74 pessoas morreram nas estradas de Cabo Delgado. Em igual período do ano passado, morreram 88 pessoas. A polícia diz que, se os ocupantes das viaturas usassem cinto de segurança, muitas vidas podiam ser salvas.
"Os estudos detetaram que a maior parte das vítimas de acidentes de viação resultam desses pequenos detalhes de segurança, muitas vezes por negligência", afirma o porta-voz.
A polícia lançou uma campanha para promover boas práticas de condução, incluindo o uso do cinto de segurança.