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Natureza e conflitos em África ganham destaque na imprensa alemã

Cristiane Vieira Teixeira24 de maio de 2013

Esta semana, as reportagens sobre África vão da caça furtiva de animais, os conflitos no Níger e na República Centro-Africana, até a análise sobre as repercussões da guerra no Mali, em países vizinhos.

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Natureza e conflitos em África ganham destaque na imprensa alemãFoto: Fotolia

O Berliner Zeitung destacou esta semana três temas africanos. O diário berlinense oferece uma análise sobre a desestabilização provocada pela guerra no Mali em diversas outras nações africanas. Os especialistas estão preocupados com a crescente insegurança na região.

O conflito, no Norte do Mali, estaria afetando negativamente a Tunísia, onde combatentes da Al-Qaeda estariam escondidos, o Chade, onde há rumores da presença de islamistas, e a Nigéria, cujo presidente falou esta semana em Estado de exceção.

Meio ambiente em foco

Elfenbeinhandel in Afrika
Nos Camarões, um elefante morto por um caçador furtivo é examinado por funcionários do Fundo Internacional para o Bem-Estar AnimalFoto: picture-alliance/dpa

Na terça-feira (21.05), o enfoque africano foram as declarações dos príncipes William e Charles, da Inglaterra, de que irão se engajar fortemente no combate à caça furtiva, especialmente de elefantes e rinocerontes, em África, durante uma conferência realizada na capital britânica.

Segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês), a caça furtiva em África alcançou seu ponto mais alto. No ano passado, somente na África do Sul, 668 rinocerontes foram mortos ilegalmente. E neste ano, o número já quase chega aos 300 animais, dados apresentados na reportagem do Berliner Zeitung.

O terceiro tema africano do jornal alemão foi um estudo conduzido pela organização de proteção à natureza WWF e pela fundação alemã Heinrich-Böll. “O uso de fertilizantes na África destrói o solo” é a manchete da matéria que revela os resultados alcançados.

Segundo os pesquisadores ouvidos pelo Berliner Zeitung, o uso de fertilizantes minerais em regiões tropicais e subtropicais tem efeitos nefastos sobre a qualidade do solo e a segurança alimentar de regiões inteiras. Assim, considera-se um erro que os governos africanos gastem até 70% do seu orçamento agrícola com o subsídio de fertilizantes.

Ataques no Níger

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Mina de urânio explorada pela empresa francesa Areva foi alvo de ataque de islamistas no Norte do NígerFoto: picture alliance/AP Photo

“Islamistas cometem ataque duplo no Níger” foi a manchete da matéria publicada nesta quinta-feira (23.04), no jornal Die Zeit, sobre os ataques à uma mina de urânio explorada pela empresa francesa Areva e a uma base militar no Níger.

“Os autores justificaram os ataques devido ao apoio do Níger à intervenção militar da França no Mali”, escreve o jornalista alemão. A reportagem revela que a ação deixou 23 mortos e diversos militares foram sequestrados, tendo o Movimento Islamista para a Unidade e Jihad na África Ocidental (MUJAO) assumido a responsabilidade.

A matéria traz ainda a reação do presidente francês, François Hollande, que declarou que seu país irá apoiar todos os esforços do Níger para pôr fim aos sequestros.

Reportagem de fundo

Natureza e conflitos em África ganham destaque na imprensa alemã

Já o jornal Die Tageszeitung, de Berlim, traz uma reportagem de fundo sobre a revolução na República-Centro Africana. A matéria faz um histórico do atual conflito, que teve o início em 24 de Março, mas relembra que desde a independência, em 1960, o país está sob constante instabilidade.

O jornal explica que desta vez trata-se de uma revolução diferente, na qual os rebeldes não são provenientes da classe política, mas sim originários da própria população.