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Míldio afeta plantação de cacau em São Tomé e Príncipe

26 de maio de 2011

Em São Tomé e Príncipe, antes da colheita do cacau, os agricultores já estão a somar prejuízos. O míldio afeta a plantação nas zonas de maior pluviosidade, porque faltam medicamentos no país para combater a doença.

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O cacau é um dos maiores produtos de exportação de São Tomé e PríncipeFoto: DW

Este ano, a produção de cacau em São Tomé e Príncipe, cuja colheita está prevista para setembro próximo, vai rever em baixa, ao contrário dos outros anos. As zonas de maior pluviosidade, onde estão concentradas as áreas de maior plantação de cacaueiros, estão a ser atingidas por míldio - uma doença mais conhecida por Phiphofora Mercacaria.

Quem o garante é Teodorico Campos, presidente da FNAPSTP, a Federação Nacional dos Pequenos Agricultores de São Tomé e Príncipe. Teodorico Campos diz que no país não existe sulfato de cobre para o combate do míldio.

O presidente da FNAPSTP entretanto, garante que o passo a seguir já foi dado: "Já encetamos com o governo, mas as informações que temos é que os produtos ainda não chegaram ao país."

Carência antiga

Kakaoplantage auf Sao Tome und Principe
Os agricultores estão preocupados, pois há o risco de grande parte da colheita se perder por causa do míldioFoto: DW

Há já 10 meses que não existe no país sulfato de cobre e cal para que os agricultores previnam o míldio. Teodorico Campos sublinha que o governo já encomendou os medicamentos, mas eles tardam a chegar.

Apesar de tudo o presidente da FNAPSTP está otimista: "Esperemos que o produto chegue a tempo, caso contrário poderá comprometer a produção." Ainda de acordo com Campos, neste momento já há agricultores que procuram esses produtos, aproveitando as chuvas que têm caído, para proteger o cacau.

Ainda resta a chuva

Kakaoplantage auf São Tomé und Príncipe
A perspectiva de chuvas, aliada à chegada do medicamento, poderá ser a salvação da lavouraFoto: DW

Ao contrário dos últimos cinco anos, a estação seca verificou-se este ano dois meses antes. Segundo o centro de previsão metereológica de São Tomé e Príncipe, haverá possibilidades de aguaceiros nas zonas altas; a fileira de produção de cacau biológico, que congrega mais de 50 agricultores e que nos últimos cinco anos vende o seu produto para França, está preocupada com a situação.

O presidente da CECAB, a Cooperativa de Agricultores Exportadores de Cacau Biológico, diz que faz sentido fazer a prevenção no mês de julho e princípio de setembro para se garantir a produção do segundo semestre. António Dias alerta ainda para a consequência do não tratamento da produção: "Sabe-se que, se não utilizarmos os medicamentos, principalmente no segundo semestre, corre-se o risco de perder mais de 50% da produção."

Em 2009/2010 a produção nacional de cacau atingiu 5 milhões de dólares, apesar da seca que assolou o arquipélago durante sete meses. No entanto, com o míldio a consumir o cacau que deveria ser colhido em setembro, e com a previsão de uma nova seca, os agricultores já começam a fazer contas à vida.

Autor: Ramusel Graça
Revisao: Nádia Issufo/Renate Krieger