Muhammadu Buhari reeleito Presidente da Nigéria
27 de fevereiro de 2019Muhammadu Buhari obteve mais de 15,1 milhões de votos (cerca de 55%) contra 11,2 milhões (41% dos votos) do rival Atiku Abubakar, nas eleições de sábado (23.02).
"Tendo cumprido os requisitos da lei e obtido o maior número de votos, Muhammadu Buhari do Congresso dos Progressistas [APC] é o vencedor destas eleições, voltando a ser eleito Presidente", anunciou esta madrugada Mahmood Yakubu, presidente da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI).
Após a divulgação dos resultados oficiais, Buhari afirmou que esta é "uma nova vitória para democracia".
Na rede social Twitter, postou uma fotografia em que está de braços no ar, mostrando quatro dedos em cada mão: o número total de anos para que foi eleito.
"A nova administração vai intensificar os seus esforços no setor da segurança, na reestruturação da economia e no combate à corrupção", prometeu Muhammadu Buhari perante uma plateia de simpatizantes na sede do APC, em Abuja.
"Gostaria de fazer um apelo especial aos meus apoiantes, para não se gabarem ou humilharem a oposição. A vitória é recompensa suficiente para os nossos reforços", acrescentou o Presidente reeleito.
O partido no poder, o APC, venceu em 19 dos 36 estados do país, segundo a comissão eleitoral. Mas o partido do principal candidato da oposição, Atiku Abubakar, contesta os resultados.
Oposição pondera ação judicial
A poucas horas do anúncio dos resultados oficiais do escrutínio, o Partido Democrático do Povo (PDP) rejeitou os números que até ali haviam sido divulgados pela CENI.
Alegando fraude eleitoral, exigiu mesmo a suspensão da contagem de votos e novas eleições em quatro estados do país: Yobe, Zamfara, Nasarawa e Borno.
"À medida que os resultados começaram a ser divulgados no domingo, colocando claramente o PDP na liderança, o partido no poder e o Presidente Buhari enviaram para as diferentes regiões do país altos funcionários para influenciarem os resultados", afirmou Uche Secondus, porta-voz do PDP. "Entendemos, por isso, que os números agora anunciados pela Comissão Eleitoral estão incorretos, o que é inaceitável para o nosso partido e para o povo."
Até agora, Atiku Abubakar ainda não se pronunciou publicamente sobre os resultados. Mas Osita Chidoka, um representante do PDP, adiantou esta quarta-feira (27.02) aos jornalistas que o partido está a ponderar contestar os resultados em tribunal.
Violência e atrasos
As eleições gerais de sábado na Nigéria deviam ter-se realizado uma semana antes, mas foram adiadas pela comissão eleitoral em cima da hora devido a problemas logísticos.
Alguns observadores alertaram, na altura, para as implicações que o adiamento poderia ter na afluência às urnas. E, na verdade, a participação nestas eleições - 35,6% - foi menor do que a registada nas presidenciais de 2015, em que 44% dos eleitores registados foram votar.
A CENI fez um balanço positivo do escrutínio deste ano. No entanto, vários grupos da sociedade civil lamentaram o elevado número de mortos registados durante as eleições. Segundo os dados mais recentes, 53 nigerianos perderam a vida em episódios de violência.