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Mudanças climáticas: Moçambicanos têm uma palavra a dizer

Conceição Matende
6 de agosto de 2024

Todos os dias, 6,1 milhões de crianças moçambicanas enfrentam o problema da falta de água nas zonas onde moram, segundo a UNICEF, que teme que a situação piore com as alterações climáticas. A sociedade está preocupada.

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Ciclone Freddy deixou rastro de destruição em Moçambique em 2023
Além da subida da temperatura, Moçambique tem sofrido com ciclones tropicais e cheiasFoto: ALFREDO ZUNIGA/UNICEF /AFP

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) estima que 1 em cada 3 crianças está exposta a uma grave escassez de água, em todo o mundo, e as alterações climáticas podem piorar esta situação. Moçambique é um dos países onde as crianças estão mais expostas a este perigo, segundo dados divulgados em novembro passado pela UNICEF.

Moçambique está particularmente exposto. Além da subida da temperatura, o país tem sofrido com ciclones tropicais e cheias.

Para Nelito Ussumane, da Associação dos Estudantes Finalistas Universitários de Moçambique, as crianças e os jovens têm uma palavra a dizer a este respeito. "Quais seriam as possíveis medidas de mitigação e quais seriam as possíveis formas de colmatar esses fenómenos maléficos das mudanças climáticas", sugere.

Conferência da Juventude em Maputo

A 6 e 7 de agosto, os jovens moçambicanos reúnem-se, pela segunda vez, na Conferência Local da Juventude sobre Mudanças Climáticas, que decorre na capital moçambicana, Maputo.

Jovens pegam em enxadas para reflorestar vila no Niassa

Antes da conferência, Nelito Ussumane e outros líderes juvenis têm realizado encontros nas províncias para ouvir as crianças e os jovens sobre o impacto das alterações climáticas e tentar encontrar soluções.

Santos Gregório é um dos jovens que tem participado nesse trabalho e sugere: "Os jovens podem contribuir para [o combate às] mudanças climáticas plantando árvores, seja de frutas ou de sobras, evitando também as queimadas descontroladas."

Pôr mãos à obra

Mais do que ficar à espera de ações dos governos, dentro e fora do país, as crianças e jovens podem já pôr mãos à obra, resume Lídia João, ponto focal da Associação da Proteção da Mulher na província de Niassa.

"Primeiro que tudo, são as boas práticas que nós, como mulheres e raparigas, temos feito para contribuir para reduzir os impactos das mudanças climáticas e trazer soluções. Por exemplo, nos envolvermos nos plantios das árvores, nas jornadas de limpeza e na disseminação dessas boas práticas, nós esperamos partilhar as nossas experiências", explica.

Estas são, pelo menos, algumas das soluções a nível local. A nível nacional e internacional será certamente preciso fazer mais.

Em setembro passado, o Presidente Filipe Nyusi disse que são necessárias "abordagens conjuntas" entre as nações para fazer face às alterações climáticas. O chefe de Estado moçambicano advertiu que é preciso gerir os recursos naturais de forma sustentável e desenvolver infraestruturas resilientes às alterações climáticas.

Os jovens consideram que esta é uma questão que merece a atenção de todos e todos podem fazer algo.

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