Moçambique prevê reabrir posto fronteiriço com a Tanzânia
9 de maio de 2023"Estamos a fazer de tudo para muito brevemente reabrirmos o posto de Namoto", anunciou a ministra moçambicana do Interior, Arsénia Massingue, após reunir-se na segunda-feira com as autoridades na capital provincial, Pemba.
Os trabalhos estão em curso para dotar a infraestrutura "com as condições mínimas aceitáveis para que a população faça uso" daquela passagem entre os dois países, onde a fronteira é demarcada pelo rio Rovuma.
Sem se comprometer com datas, Arsénia Massingue apontou, no entanto, um prazo para a reabertura: "dentro deste ano, sem falta".
Namoto foi o destino de centenas de pessoas em fuga durante os ataques de março e abril de 2021 a Palma, vila dos projetos de gás natural, a cerca de 40 quilómetros de caminho, a sul.
Os deslocados tentaram atravessar o rio Rovuma, para a Tanzânia, à procura de segurança.
Visita a Cabo Delgado
Esta semana, a ministra do Interior está em Cabo Delgado e vai ainda visitar os distritos de Palma e Mocímboa da Praia, zonas afetadas pela insurgência armada.
A província enfrenta uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás.
Contudo surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.
O conflito já fez mais de um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.