Moçambique: Petrolíferas cooperam para maximizar ganhos
25 de novembro de 2021Segundo Max Tonela, ministro do Recursos Minerais e Energia de Moçambique (MIREME), o trabalho que está a decorrer "tem como objetivo a identificação áreas de parceria, de forma a minimizar os custos globais destes investimentos”. As afirmações foram ditas à margem do lançamento do sexto concurso internacional para o licenciamento de áreas para pesquisa e produção de hidrocarbonetos no país.
A ideia é possibilitar a partilha de recursos logísticos entre as petrolíferas, que pode resultar na redução de custos. "Há investimentos de logística sem necessidade de serem duplicados, e assim fomenta-se o ganho para as partes”, explica Tonela.
A Área 1 na Bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado teve de suspender as suas obras de construção e produção de gás natural liquefeito, devido aos ataques terroristas na área. Tonela disse que está a estudar com o consórcio liderado pela petrolífera francesa Total, a data de retoma do projeto, tendo em conta a melhoria da segurança na área, atribuída à ação das forças conjuntas de Moçambique, Ruanda e Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
A Área 4 do mesmo local no norte de Moçambique foi concessionada a um consórcio liderado pela Mozambique Rovuma Venture, uma joint venture da Exxon Mobil, Eni e CNPC (China) que detém 70% de interesse participativo no contrato de concessão. A exploração desta área arranca em 2022 com uma plataforma flutuante de liquefação de gás extraído a 50 quilómetros da costa de Cabo Delgado.
O arranque do projeto mais vultuoso para exploração das restantes reservas de gás em terra continua por anunciar.
Alterações climáticas em consideração
O ministro dos Recursos Minerais e Energia assegurou que o Governo terá em conta a capacidade de mitigação das alterações climáticas na seleção de empresas petrolíferas interessadas nos projetos de hidrocarbonetos no país.
"Estamos totalmente comprometidos a realizar um processo aberto e transparente, que permita a seleção de investidores mediante critérios baseados na capacidade técnica, robustez financeira, experiência comprovada no desenvolvimento de projetos de petróleo e gás e que adotem medidas de mitigação das alterações climáticas", declarou.
Para Tonela, o mundo vive numa era de transição energética, cujo objetivo final é deixar de utilizar combustíveis fósseis. Ainda assim, explica que o gás natural moçambicano vai servir para o país acompanhar a massificação das energias renováveis, visto que estas ainda são "intermitentes”.
O governante explica que a promoção da pesquisa e prospeção de recursos naturais serve para "promover melhores condições de vida à população, pois fomenta o desenvolvimento económico e social do país”.
Quando questionado acerca do lançamento do sexto concurso, quando do quinto ainda decorrem trabalhos preliminares, Tonela diz que "os trabalhos estão a decorrer conforme o programado”, sendo que o primeiro furo destas áreas será feito em 2022. Os resultados do concurso lançado esta quinta-feira serão anunciados daqui por um ano.