Julgamento da explosão de um camião-cisterna em Moçambique
4 de julho de 2018Começaram a ser julgadas seis pessoas, entre as quais revendedores de combustíveis. Mas residentes na aldeia de Caphiridzange, onde ocorreu o drama em 2016, queixam-se de haver pessoas envolvidas no caso que não vão responder perante a justiça, como referiram à Televisão de Moçambique.
Júlio Calengo, delegado provincial da Liga dos Direitos Humanos, em Tete (capital provincial), disse à rádio estatal moçambicana antes do início do julgamento, acreditar que será feita justiça, incriminando os infratores.
Recorde-se, que um camião-cisterna com combustível incendiou-se a 17 de novembro de 2016, em Caphiridzange, durante um roubo colectivo de combustível, depois de ter sido abandonado pelo condutor no dia anterior, na sequência de um primeiro incêndio durante uma tentativa de transferência de combustível para outro veículo.O incidente provocou a morte a 115 pessoas e Moçambique esteve de luto nacional durante três dias.
E apesar do acidente de 2016, observadores notam que há quem insista em vender combustível junto à estrada N7.
O negócio é alimentado por uma clientela que inclui compradores de garrafas de meio litro ou litro e meio, que em vez de água têm agora gasolina. Mas também se transacionam quantidades maiores para camionistas de transporte de carga de longo curso. No fim, todos voltam a manusear os combustíveis de forma perigosa.
A Polícia moçambicana, em Tete, tem realizado várias patrulhas de fiscalização para combater aquele negócio ilícito e já apreendeu vários bidões à beira da estrada. A polícia admite que o problema persiste, mas numa escala mais reduzida.