Moçambique: Importadores alertam para escassez de produtos
8 de julho de 2023"Quando a oferta é menor, maior é o preço", disse à agência Lusa, o presidente da Mukhero, Sudekar Novela, referindo que o caos de camiões leva à escassez de produtos no mercado grossista do Zimpeto, em Maputo, para onde é vendida a maior parte da mercadoria.
Congestionamento na fronteira
Em causa estão falhas de serviços fronteiriços na África do Sul que têm provocado quilómetros de filas de camiões pesados na fronteira de Komatipoort-Ressano Garcia para entrar em Moçambique, uma situação que aumentou os casos de assaltos na região, segundo as autoridades moçambicanas.
Sudekar Novela referiu que os importadores arriscam e viajam para a África do Sul, apesar dos mais de 10 casos de assaltos registados pela associação, porque os consumidores moçambicanos depende dos produtos importados naquele país.
"Continuamos a viajar porque também é o nosso ganha-pão. É um risco, mas aquele que conseguir escapar vai vender o produto e continuar a sustentar a sua família", disse o responsável.
Produzir em vez de importar
A associação considera a situação "extremamente preocupante" e sugere que o país produza mais para reduzir as importações.
O ministro dos Transportes moçambicano, Mateus Magala, defendeu, na quarta-feira (05.07), o recurso ao transporte ferroviário pelos exportadores sul-africanos de minérios para o fim das longas filas de trânsito.
Sobre o relato de assaltos a automobilistas moçambicanos na África do Sul, Mateus Magala avançou que os governos dos dois países têm discutido possíveis soluções para o problema, apontando o desemprego como uma das principais causas da criminalidade.
As autoridades sul-africanas têm anunciado intervenções no sistema de registo na principal travessia entre os dois países, a 100 quilómetros de Maputo e a 450 de Joanesburgo, o que tem provocado paralisações por várias vezes nas últimas semanas.
Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, o caos na principal fronteira entre Moçambique e África do Sul deve-se a um aumento extremo do fluxo de camiões registado nos últimos dois anos, sendo atualmente de cerca de dois mil por dia, contra a média de 600 camiões nos anos anteriores.