A luta pela reconstrução de escolas em Inhambane
1 de fevereiro de 2018O ano letivo começa na sexta-feira (02.02) com muitas salas de aula destruídas e com os alunos a terem de estudar em salas sem teto ou debaixo de árvores.
Há um ano, o ciclone Dineo deixou um rasto de destruição na província de Inhambane, no sul. 2.000 salas de aulas ficaram sem teto, segundo o governador provincial, Daniel Chapo.
"Nós conseguimos fazer uma reabilitação provisória, mas não resolve a situação. O que nós precisamos é fazer salas que possam ser resistentes aos ventos e outras calamidades. Já construímos neste momento cerca de 40% a 50% [das salas de aulas] através dos nossos parceiros de cooperação, mas ainda falta a reconstrução de tantas outras", assegura Daniel Chapo.
Pais chamados a ajudar na reconstrução
Algumas das salas foram reabilitadas com a ajuda de pais e encarregados de educação, que puseram mãos à obra cobrindo as salas de aula com chapas de zinco.
É o caso de Venâncio Muando, um dos pais que ajudaram nos trabalhos de reconstrução: "Os diretores é que falaram connosco para irmos cobrir [as salas de aulas]. Eles é que procuravam todo o material. Na nossa escola cobrimos entre 10 a 11 salas."
Benedito Manuel, diretor da escola de Nhambanda, na cidade de Maxixe, disse à DW África que tem esperança que, até maio, os alunos possam voltar a ter aulas em salas cobertas.
"Reabilitamos 5 salas e fizemos uma tenda agora, só faltam algumas salas que ficaram destruídas com [ciclone] Dineo. Esperamos concluir o nosso trabalho até maio."
Ainda falta apoio
Simão Rafael, presidente do Conselho Municipal de Maxixe, assegura que está a par dos problemas na cidade – um dos lugares afetados pelo ciclone Dineo. A poucos dias do início das aulas, o Conselho Municipal de Maxixe entregou cerca de 400 chapas de zinco a quatro escolas para a cobertura de algumas salas de aulas.
"Havia o risco de o arranque do ano letivo ser problemático, por isso é que doamos as chapas de zinco. Que [as chapas] sejam usadas para a cobertura de salas de aulas para minimizar o sofrimento das crianças", disse o edil.
Mas Aníbal Naife, diretor dos serviços de educação e desenvolvimento humano na cidade de Maxixe, reconhece que é preciso fazer mais.
"Com este gesto do Conselho Municipal quer dizer que 800 crianças vão estudar em sítio condigno. E há tantas outras que necessitam [de salas condignas]."