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Moçambique despede-se de Daviz Simango

Arcénio Sebastião (Beira)
27 de fevereiro de 2021

Foi sepultado este sábado, na Beira, o edil da cidade e presidente do MDM. O Presidente Filipe Nyusi e o líder da RENAMO, Ossufo Momade, marcaram presença na cerimónia oficial que antecedeu o funeral.

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Mosambik Beira | Beerdigung von Daviz Simango | Präsident Filipe Nyusi
Foto: António Luís/DW

Foram sepultados este sábado (27.02), no cemitério Santa Isabel, na Beira, os restos mortais de Daviz Simango, edil da Beira e presidente fundador do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), segundo maior partido da oposição em Moçambique, que morreu na segunda-feira, vítima de doença.

Ao início do dia, a urna foi velada na Praça do Município, de onde seguiu para o átrio dos Caminhos de Ferrro de Moçambique, numa cerimónia de Estado.

Estiveram presentes o Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, e Ossufo Momade, presidente da RENAMO, o maior partido de oposição, entre outras personalidades. 

A família, numa mensagem lida pelos filhos, considerou Daviz Simango um pai, esposo e irmão - não só da família, mas sim para todos os moçambicanos.

Uma perda para a democracia

Durante o elogio fúnebre, Filipe Nyusi caracterizou Daviz Simango como um cidadão íntegro, que se entregou com a mesma determinação à sua família, aos seus amigos, aos seus companheiros e aos destinos do país.  

O chefe de Estado recordou Simango como "um homem calmo, incansável e trabalhador" que "tinha na Beira o coração" e "compreendia e partilhava dos anseios dos munícipes da sua urbe fiel".

Mosambik Beira | Beerdigung von Daviz Simango
Cerimónia oficial decorreu nos CFM, na Beira.Foto: António Luís/DW

Nyusi descreveu ainda o líder do MDM como "um servidor público, um homem de convicções, um democrata que lutou pela consolidação da democracia em Moçambique e ajudou a trilhar os caminhos em busca de paz, apoiando o diálogo político que culminou com a assinatura de acordo de Maputo com a RENAMO".

Presente na cerimónia, onde depositou uma coroa de flores junto à urna de Daviz Simango, Ossufo Momade, presidente da RENAMO, considerou que a sua morte foi um duro golpe para a democracia moçambicana.

"Foi um político que soube valer a sua presença na sua população, na sua cidade, tinha amor à sua cidade”, sublinhou, recordando Simango em altura de eleições:  "Ele saia da sua casa a pé, até nos bairros da cidade, isto para dizer que ele estava mais próximo da população".

Manuel de Araújo, edil de Quelimane e membro da RENAMO, trabalhou vários anos com Daviz Simango e também esteve presente nas cerimónias fúnebres. Araújo disse ter aprendido com o líder do MDM uma nova forma de trabalhar e de fazer política: "Ele ensinou-nos que temos que estar preparados para pagar o preço da democracia, porque a democracia custa, não é um bem livre. Também aprendi com ele a democracia de trabalho".

Já no cemitério Santa Isabel, vários cidadãos reuniram-se para dizer o último adeus ao autarca e, apesar da presença policial e das restrições em vigor de combate à Covid-19, acabaram por invadir o cemitério para prestarem as suas homenagens.

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