Moçambique: Comissão tenta acelerar processo de DDR
6 de maio de 2022"Temos ainda um total de cinco bases de guerrilheiros da Renamo que devem ser encerradas, então esta comissão tem a missão de dinamizar este processo", declarou esta sexta-feira (06.05) à agência de notícias Lusa José Manteigas, porta-voz da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).
A comissão, que integra também técnicos do Grupo de Contacto, tem o objetivo de fazer um inventário nas bases da RENAMO que serão desativadas nos próximos tempos, bem como remover obstáculos que têm estado a atrasar o processo, com destaque para alegados atrasos das pensões dos guerrilheiros que já foram abrangidos pelo processo.
"O nosso grande desejo é ver o cumprimento deste acordo, quer da parte do Governo como da parte da comunidade internacional [que está a mediar o conflito]", frisou o porta-voz do principal partido de oposição.
Acordo de paz
O Acordo de Paz e Reconciliação Nacional de Maputo foi assinado em agosto de 2019 pelo chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e pelo presidente da Renamo, Ossufo Momade, prevendo, entre outros aspetos, o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado do principal partido de oposição.
No quadro do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional de Maputo, segundo dados oficiais, 63% dos cerca de cinco mil guerrilheiros da Renamo previstos já entregaram as armas e, das 16 bases daquela força política, 11 já foram desativadas.
O acordo foi o terceiro entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e a RENAMO, tendo os três sido assinados após ciclos de violência armada, principalmente no centro do país.