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DesastresMoçambique

Ajuda não chega a todos os afetados pela tempestade Ana

Bernardo Jequete (Manica)
8 de fevereiro de 2022

A ajuda oferecida pelo Governo e organizações humanitárias em Moçambique alivia quem a recebe, mas não chega para todos. Algumas famílias deslocadas recorrem a frutos silvestres e tubérculos para sobreviver.

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Mosambik | Viele Familien verloren ihre Häuser durch Sturm Ana
Foto: Bernardo Jequete/DW

Mais de 52 mil pessoas na província de Manica, no centro de Moçambique, foram afetadas pela tempestade Ana. Os cidadãos viram os seus bens serem arrastados e destruídos pelos ventos intensos, no final de janeiro.

Muitas destas pessoas ficaram sem casas. David Alexandre é um dos afetados que está grato pelo apoio do Governo: "A tempestade estragou muita coisa, mas o Governo ajudou-nos muito com comida, algo que merece agradecimento".

Faltam alimentos

Ainda assim, a ajuda não chega a todos. Até agora, o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastre (INGD) em Manica só conseguiu apoiar 3.265 pessoas.

Vernito Gonga, chefe do departamento técnico do INGD em Manica, garante que a instituição está a fazer o que pode.

Escola tempestade Ana Moçambique
Escola destruída pela tempestade AnaFoto: Bernardo Jequete/DW

"Neste momento, não temos víveres necessários. Necessitamos de elevadas quantidades de bens alimentares para ajudar todas as famílias que foram afetadas pela tempestade tropical Ana", iexplica.

O rasto de destruição deixado pela tempestade Ana é imenso, acrescenta o responsável.

Mais de 3.500 casas ficaram total ou parcialmente destruídas, particularmente nos distritos de Chimoio, Sussundenga, Gondola, Manica, Mossurize, Macossa, Guro e Macate.

"Neste momento o INGD está a enviar esforços para apoiar asfamílias que ficaram sem os seus abrigos e sem as suas machambas, pois ficaram inundadas", adianta

Reforço na prevenção

Face à época chuvosa, foram posicionadas embarcações para trabalhos de busca e salvamento na província, além de terem sido reativados 89 comités locais de emergência, que têm estado a sensibilizar a população para a tomada de medidas de precaução.

Alguns dos afetados na província de Manica, que receberam o pouco apoio do INGD, agradeceram o gesto, visto que já se alimentavam de frutos silvestres e tubérculos.

É o que conta Maria Gravata, outra vítima da tempestade, "dou graças a Deus pela ajuda oferecida pelo Governo, a população e outras entidades singulares daqui no Inchope, com destaque para o líder comunitário que mobilizou apoios para nós".

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