Moçambique agrava previsões com aproximação de tempestade
11 de março de 2024"Segundo as projeções atuais, o sistema continuará a evoluir e atingir o estágio de tempestade tropical severa condicionando o estado do tempo com chuvas muito fortes, vento máximo de 85 km/h e rajadas até 120 km/h (...) nas próximas 48 horas", de acordo com um comunicado do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) moçambicano.
O aviso vermelho em vigor, decretado no domingo, aplica-se agora às províncias de Inhambane (sul) e Sofala e Zambézia (centro).
No caso de Sofala, nos distritos de Machanga, Chibabava e Buzi, a previsão aponta para a queda de chuva equivalente a 200 mm/24h, trovoadas, ventos fortes e rajadas até 120 km/h.
"A perturbação tropical poderá evoluir nas próximas horas para o estágio de tempestade tropical moderada, fazendo a aproximação à costa do nosso país pelas províncias de Sofala e Inhambane", indicou o Inam na previsão para as próximas horas, antes da passagem ao estado de tempestade tropical severa.
"Face à ocorrência de ventos fontes, trovoadas e chuvas muito fontes, recomenda-se a tomada de medidas de precaução e segurança", alertou.
Alterações climáticas
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.
O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth, dois dos maiores de sempre a atingir o país.
Já no primeiro trimestre do ano passado, as chuvas intensas e a passagem do ciclone Freddy provocaram 306 mortos, afetaram no país mais de 1,3 milhões de pessoas, destruíram 236 mil casas e 3.200 salas de aula, segundo dados oficiais do Governo.
No final de setembro, o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, apelou para a preparação da população e das entidades para os previsíveis efeitos do fenómeno 'El Niño' no país nos meses seguintes, com previsões de chuvas acima do normal e focos de seca.
"A história repete-se. Então, temos de criar condições de resiliência. Nesse sentido, o Governo emitirá avisos regulares para manter a população informada e preparada para as condições climáticas que podem não ser favoráveis à vida, à produção ou às infraestruturas", afirmou.