Mondlane pede "sacrifício" e convoca protesto em massa
29 de outubro de 2024O candidato presidencial Venâncio Mondlane apela a uma greve geral de uma semana em Moçambique a partir de quinta-feira, manifestações nas sedes distritais da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e marchas para Maputo até 7 de novembro.
Para esse dia, Mondlane anunciou um protesto na capital moçambicana com uma "massa jamais vista".
"Faça a caminhada para a liberdade! Faça a caminhada para a libertação da sua nação!", apelou o político durante uma intervenção em direto na sua conta oficial na rede social Facebook.
"Vamos encher toda a cidade de Maputo e estou a prever quatro milhões de moçambicanos", acrescentou Mondlane. "Não vai servir blindado, não vai servir gás lacrimogéneo, nem vai haver balas suficientes para tal. Pelo contrário, eu acredito que as Forças de Defesa e Segurança se vão juntar ao povo."
O candidato pediu tanto a polícias, agentes de segurança como a militares para se "juntarem ao povo moçambicano" para marcar "a vitória do povo sobre a tirania".
"Sacrifício" por Moçambique
Esta será a terceira fase da contestação aos resultados eleitorais, convocada por Venâncio Mondlane. Nas fases anteriores, houve confrontos violentos entre apoiantes do candidato presidencial e a polícia.
"Desta vez, é coisa para doer. Temos de nos sacrificar pelo nosso país", apelou Mondlane, referindo que o 7 de novembro será o "dia da libertação completa de Moçambique".
Tudo começará já na quinta-feira, 31 de outubro, assinalou o político. "Marquem esta data. Vamos começar um novo ciclo, paralisação total, greve, manifestações públicas, na rua", reforçou.
Para quem não puder deslocar-se até Maputo, a partir de quinta-feira, Mondlane apelou a que faça manifestações junto das estruturas locais da CNE e sedes da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder).
Venâncio Mondlane contesta os resultados anunciados pela CNE de Moçambique, que atribuiu na semana passada a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela FRELIMO, com 70,67% dos votos.