Eleições: Vantagem de Nyusi é ampla em todas as províncias
20 de outubro de 2019Dados provisórios do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) dão vitória clara ao Presidente da República de Moçambique e candidato à reeleição pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), Filipe Nyusi.
Segundo o apuramento provisório, já foram processadas mais de 13.600 das 20.554 mesas de voto. Filipe Nyusi está na frente com 74,56% dos votos, seguido de Ossufo Momade (20,29%), Daviz Simango (4,49%) e Mário Albino (0,66%).
Em relação às votações para a Assembleia da República, e numa altura em que estão apuradas 51,93% das mesas, a FRELIMO está com uma vantagem de 76,19% dos votos. Segue-se a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), com 17,01%, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), com 4,76%, e a Ação do Movimento Unido para a Salvação Integra (AMUSI), com 0,24%.
Na província da Zambézia, centro do país, o STAE adiou o anúncio dos resultados, que estava marcado para este domingo (20.10), para a manhã de segunda-feira (21.10). Segundo uma fonte daquele órgão, o adiamento deveu-se a questões organizacionais.
No entanto, nas ruas da capital Quelimane, membros e simpatizantes da FRELIMO já cantam vitória, informa o nosso correspondente, Marcelino Mueia. Os vogais dos partidos da oposição fizeram já saber que não vão assinar atas ou editais.
Resultados provinciais
A vantagem de Filipe Nyusi e da FRELIMO sobre os outros candidatos e partidos é ampla em todas as províncias de Moçambique. Com 100% das urnas apuradas, a província de Gaza, sul de Moçambique, elegeu Filipe Nyusi com 94,74% dos votos. Ossufo Momade obteve 2,86% dos votos e Daviz Simango teve 2,03%.
A contagem dos votos está quase concluída na província de Tete, onde Filipe Nyusi tem 77,3% dos votos, seguido de Ossufo Momade, com quase 20%, e Daviz Simango, com 2,19%.
Em Inhambane, com quase 90% dos votos apurados, o atual Presidente da República segue na frente na disputa, com quase 81% dos votos, seguido do líder da RENAMO, com quase 14% dos votos, e o líder do MDM, com 4,4%.
Oposição contesta resultados
Na manhã deste sábado (19.10), o maior partido da oposição moçambicana, a RENAMO, fez saber que não aceitará os resultados e pediu a repetição do sufrágio. Também o MDM já havia anunciado que não aceitaria os resultados daquelas que foram, na sua opinião, as eleições "mais violentas da história do país".
Em Nampula, o AMUSI contestou os resultados provisórios por considerar que o apuramento distrital está "viciado" a favor da FRELIMO. Também a RENAMO, segundo informações da Plataforma Sala da Paz, solicitou a anulação das eleições nesta cidade por causa da ocorrência de "várias irregularidades".
Na província do Niassa, o MDM submeteu uma reclamação à Comissão Distrital de Lichinga, na qual denuncia a falta de 40 editais no apuramento dos dados eleitorais ao nível distrital, informa a "Sala da Paz".
No passado dia 15 de outubro, os eleitores moçambicanos foram chamados a escolher o Presidente da República, 250 deputados do parlamento e, pela primeira vez, dez governadores provinciais e respetivas assembleias.