Moçambique tenta reativar setor do cajú
13 de dezembro de 2011
O Novo Plano Diretor da Castanha do cajú em Moçambique, prevê desenvolver de uma forma sustentável o aumento de produção e a qualidade da castanha, organizar a comercialização bem como estruturar a indústria do processamento. Outro objetivo do Plano busca aumentar a renda das familias rurais e contribuir para a balança de pagamentos do país.
Raimundo Matule, do Instituto Nacional do Cajú reconhece que o desenvolvimento da cadeia do valor do cajú requer o estabelecimento de parcerias entre o governo, doadores e produtores. Matule defende que a utilização dessa infraestrutura permita produzir castanha e que seja capaz de competir com outros países produtores " e ao fazermos isso estamos a transformar as vantagens comparativas, temos de ser capazes de competir com a Índia, Guiné-Bissau ou Tanzania, isso é crucial."
Consciência da degradação e soluções
O Instituto Nacional do Cajú, que está consciente dos males que minam o setor, fala em fazer um esforço gigantesco no dominio da revisão da legislação para melhorar o ambiente de negócios.
Raimundo Matule lembra que a legislação sobre o cajú foi aprovada há dez anos: "desde lá o país mudou, as condições de operação no terreno mudaram significativamente. Precisamos investir muito em estatísticas fiáveis, não só para nós como para os nossos parceiros de trabalho, temos consciência das fraquezas."
Apesar da díficil situação do setor do cajú esta instituição não deixa de prevêr excelentes resultados para os próximos tempos. Para o período 2012-2015 Moçambiqe estima que poderá aumentar a comercialização de 112 mil para 127 mil toneladas anuais. A partir de 2019 a previsão é de uma produção de cerca 180 mil toneladas por ano.
Mas Moçambique não é o único país que vive a crise profunda na produção de castanha de cajú, na Africa Austral. Por exemplo, são enormes os desafios para redinamizar o setor como diz Carlos Costa, da Aliança Africana do Cajú: "Nesta região o mais importante agora é a recuperação do parque cajuícula, as árvores estão bastante velhas, não só em Moçambique, mas também na Tanzânia. Passamos dos maiores produtores de castanha de África do leste para a cauda."
Em Moçambique cerca de 3 milhões de pessoas conseguem os seus rendimentos no setor da castanha do cajú.
Autor: Ezequiel Mavota (Maputo)
Edição: Nádia Issufo/ António Rocha