"Filipo" deixa milhares de alunos sem salas de aula
30 de março de 2024A tempestade severa Filipo que assolou Moçambique há duas semanas deixou um rastro de destruição. Muitos alunos estão sem salas de aula, centenas de casas e centenas de hectares de culturas diversas foram destruídos.
No sul de Moçambique, municípios e cidadãos tentam reerguer-se depois da passagem da tempestade tropical "Filipo".
Centenas de casas ficaram destruídas total ou parcialmente, estradas e linhas elétricas ficaram danificadas e as machambas registaram prejuízos enormes.
Segundo o Ministério da Educação, 25 mil alunos estão a ter aulas em salas improvisadas, porque a tempestade arrasou muitas escolas. Além disso, há alunos que tiveram de fazer uma pausa forçada nos estudos, alerta Florêncio Vilankulo, diretor distrital da Educação na cidade de Vilankulo, província de Inhambane.
"[As escolas] não estão a leccionar porque não têm condições, nem salas de aulas, afetando 2.183 crianças, que não têm espaço para assistirem às aulas porque não hás salas de aulas", disse Florêncio Vilankulo.
Falta de condições para reconstrução
Face ao enorme rastro de destruição, o presidente do conselho municipal de Vilankulo, Quinito Vilankulo, diz não ter condições financeiras para a reconstrução pós-tempestade Filipo.
"Nós, como conselho municipal, não conseguiremos repor, para já, os danos causados por esta tempestade. Só poderemos mexer em algumas estradas secundárias ao longo dos próximos tempos."
O Instituto Nacional de Gestão e Redução de Riscos (INGD) na província de Inhambane garante estar a mobilizar apoios diversos, como por exemplo material de construção, produtos alimentares e sementes agrícolas para as famílias afetadas.
Depois da passagem da tempestade "Filipo", a preocupação é também com o setor do turismo, um ganha-pão importante na província de Inhambane.
Segundo o presidente da Associação de Turismo em Inhamnbane, Yassine Amuji, a tempestade provocou danos em muitas estâncias turísticas, que ficaram com infraestruturas destruídas, e houve milhares de cancelamentos de reservas.
"Nós estávamos com as reservas acima de 80% de ocupação para a Páscoa, mas infelizmente, devido à passagem do ciclone Filipo, tivemos muitos cancelamentos no mês de março e abril, caímos em quase 50%."
O responsável do setor estima perdas na ordem dos 1,7 milhões de euros.