Novos ataques: População regressa a Macomia após fuga
3 de janeiro de 2024Trata-se de pessoas que fugiram devido a ataques registados na localidade de Pangane e Posto Administrativo de Mucojo, 40 quilómetros da sede do distrito central de Macomia, na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
"Estou a voltar para Pangane. Estava em Macomia, desde o dia 30 de dezembro. Preciso ver a minha machamba", disse à Lusa uma mulher de 47 anos, à espera de transporte de passageiros na vila sede de Macomia no meio de outros residentes.
Além do regresso da população, os transportes de passageiros também estão a circular nos troços Macomia-Mucojo e Mucojo - Pangane, apesar de algum receio.
"Se a população está a voltar, eu também tenho de voltar, sei que não é fácil conviver com os rebeldes, mas não tenho outra escolha", disse um motorista que se encontrava a recolher passageiros com destino a Mucojo e Pangane, a partir da sede de Macomia.
População ainda com medo de novas incursões
Apesar do regresso, a população está ainda com medo de novas incursões rebeldes.
"Eu vou porque lá está a minha machamba, mas prevalece o medo, os meus filhos todos ficaram na sede de Macomia", lamentou um homem de 58 anos de idade, pai de cinco filhos.
De acordo com o levantamento da Organização Internacional para as Migrações (OIM), entre 26 e 28 de dezembro, mais de 430 pessoas fugiram de Mucojo e Pagane, distrito de Macomia.
O grupo terrorista Estado Islâmico reivindicou em 31 de dezembro a autoria de um novo ataque em Cabo Delgado, em que afirma terem morrido mais quatro militares, o terceiro do género conhecido em menos de um mês.
Nos mesmos canais, o grupo terrorista apresenta alegadas provas dos confrontos com os militares, que tem vindo a travar em Cabo Delgado recentemente, nomeadamente no distrito de Macomia.
Aquele grupo terrorista reivindicou na sexta-feira um outro ataque em Cabo Delgado em que afirmou terem morrido nove militares. Antes, em 09 de dezembro, o Estado Islâmico já tinha reivindicado a autoria de outro ataque em que morreram cinco militares, afirmando ainda ter decapitado um cristão, civil.
Os supostos óbitos não foram confirmados pelas autoridades.