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Moçambique aposta em energias renováveis

15 de agosto de 2011

Até 2014, Moçambique vai electrificar os seus distritos - também com energias renováveis. Neste momento, mais de dois milhões de moçambicanos beneficiam de energia eléctrica gerada a partir de fontes novas e renováveis.

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Na imagem a albufeira de Cahora Bassa, onde está instalada a maior hidroeléctrica de Moçambique. O governo local está empenhado em outras fontes de energias, como as renováveisFoto: Wikipedia

Trata-se das energias solar, eólica, hídrica de pequena e média dimensões e biomassa, através do bagaço da cana-de-açúcar e da jatropha - todas energias produzidas no país à luz da estratégia nacional de energias renováveis aprovada recentemente pelo governo.

De todas as formas de energias renováveis que o país possui, a solar é a mais usada, principalmente para responder às necessidades das populações rurais, com painéis solares.

Moçambique tem ainda centrais mini-hídricas, com capacidade de gerar energia até 15 megawatts e que podem contribuir para iluminar pequenas comunidades. Possui ainda barragens de média dimensão, como a de Massingir, na provincia sulista de Gaza.

Mosambik
Pessoas residentes em Dondo, na província de Sofala. O governo pretende levar a este tipo de comunidades energia proveniente de fontes renováveisFoto: DIE/Julia Leininger

Poucos impactos para a população, garante o governo

No que se refere à energia eólica, está neste momento em curso um mapeamento para verificar quais as regiões mais viáveis para a exploração do ar como fonte de energia. Aliás, esta fonte está já a ser explorada na província meridional de Inhambane.

O governo aprovou recentemente a estratégia de energias renováveis que requerem espaços para as obras de construção - mas que não vão prejudicar a população. Segundo o ministro da Energia, Salvador Namburete: “São projectos mais pequenos de pouco impacto que não precisam tirar ninguém da zona onde vive, senão movimentar talvez de um quarteirão ao outro. Têm igualmente poucos impactos sociais e ambientais.”

Estimativas indicam que Moçambique possui entre 60 a 100 regiões com características possíveis para aproveitar as mini-hídricas, carecendo apenas de estudos para mostrarem as reais potencialidades destas fontes.

Ainda de acordo com o ministro da energia, o país pode avançar com a electrificação de todo o teritório de forma mais barata, sem ter que executar grandes construções. De acordo com a sua explicação, é muito mais viável porque não tem que se construir linhas de transporte, subestações ou grandes transformadores para levar essa energia produzida em grandes centrais para longas distâncias.

Energias renováveis sim, mas barragens são necessárias

Quanto à energia de biomassa, as populações residentes nas zonas onde estão implantadas as açucareiras do país, com destaque para Xinavane, em Maputo, e Marromeu, em Sofala, beneficiam de energia gerada através do bagaço da cana sacarina.

A população da província central de Manica, concretamente da região onde está implantado o projecto de produção de etanol, também beneficia de energia eléctrica produzida através do bagaço da jatropha.

A meta do governo é electrificar até 2014 os 128 distritos do país - não só com energia gerada a partir da hidroeléctrica de Cahora Bassa (a maior de Moçambique), garante Salvador Namburete. O ministro da Energia diz que existem em média dois distritos que não estão ligados, mas que o seu ministério tem projetos em curso para ligá-los este ano ou o próximo.

Apesar dos esforços em proporcionar energias renováveis, o executivo afirma que é preciso reconhecer que as grandes barragens são importantes porque produzem energia suficiente para mover grandes projectos industriais.

Mas as pequenos e micro-centrais eléctricas é que resolvem os problemas da população através de sistemas isolados que fornecem energia limpa e com qualidade.

Autor: Romeu da Silva
Edição: Nádia Issufo/Renate Krieger

Mosambik Goldwäsche Flash-Galerie
Moçambique dispõe de grande potencial hídrico a ser aproveitado para abastecimento de energia às comunidadesFoto: DW/M.Barroso