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Ministro da Defesa de Portugal iniciou visita a Moçambique

Lusa | ms
9 de dezembro de 2020

Ministro português da Defesa já está em Maputo para visita de trabalho de três dias. Gomes Cravinho reúne-se hoje com o homólogo moçambicano, Jaime Bessa Neto, com o terrorismo em Cabo Delgado em cima da mesa.

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Visita arrancou com uma passagem pelo monumento dos Heróis NacionaisFoto: Roberto Paquete/DW

O ministro da Defesa de Portugal iniciou a visita de trabalho a Moçambique com uma passagem pelo monumento dos Heróis Nacionais, em Maputo. O programa continuou depois com honras militares no Estado Maior General das Forças Armadas e de Defesa de Moçambique, seguindo-se a deposição de flores no talhão dos soldados portugueses que participaram na I Guerra Mundial.

Para o final da manhã, nas instalações do Ministério da Defesa moçambicano, está agendado um encontro com o homólogo moçambicano, Jaime Bessa Neto.

João Gomes Cravinho estará em Moçambique até sexta-feira (11.12), tendo em vista a negociação de um novo programa de cooperação bilateral no domínio da Defesa e o estreitamento de relações com África no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, que se iniciará em janeiro.

Jaime Neto
Foto: Roberto Paquete/DW

A visita decorre numa altura em que Moçambique enfrenta uma insurgência armada com ligações ao grupo jihadista Estado Islâmico na província de Cabo Delgado, norte do país. Portugal já se mostrou disponível para apoiar Moçambique no combate ao terrorismo dentro daquilo que o país considerar necessário, assim como a União Europeia (UE).

A violência está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e milhares de deslocados sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.

Número total de deslocados sobe para 560 mil

O número total de deslocados devido aos ataques armados em Cabo Delgado ascende agora a cerca de 560 mil pessoas. "Só em Cabo Delgado são cerca de 560.626 pessoas" que deixaram os locais de residência, referiu Filimão Suazi, porta-voz do Conselho de Ministros no final da reunião de terça-feira (08.12), em Maputo.

O número representa um acréscimo de cerca de 20% em relação ao que foi apresentado pelo primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário, no final de outubro no parlamento, da ordem dos 435.000 deslocados.

O secretário de Estado de Cabo Delgado também voltou a alertar para o crescente número deslocados que chegam à capital provincial (Pemba) em busca de refúgio. "Hoje, 75% da população em Pemba é deslocada. Há muita pressão sobre os serviços básicos, água e saneamento. As coisas não estão a andar e então estamos a tentar descongestionar", disse Armindo Ngunga, em declarações em Cabo Delgado, momentos após um grupo de deslocados se instalar num novo centro de acolhimento nos arredores de Pemba.

Segundo Ngunga, o Governo moçambicano está a abrir novos centros de acolhimento nos distritos de Metuge, Chiure, Acuabe e Montepuez,  próximos de Pemba, para fazer face à pressão que a capital da província está a sofrer. "Agora estamos com uma equipa do Ministério das Obras Públicas para ver se trabalhamos de perto [na urbanização] com os deslocados que estão a construir as suas novas casas", acrescentou o secretário de Estado de Cabo Delgado.

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