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PolíticaAlemanha

Ministra alemã assegura unidade europeia em relação à China

Lusa
13 de abril de 2023

Na cidade chinesa de Tianjin, a ministra alemã dos Negócios Estrangeiros Annalena Baerbock apoiou, esta quinta-feira, as declarações controversas do Presidente francês sobre a relação da União Europeia com a China.

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China Aussenministerin Annalena Baerbock in Tianjin
Foto: Kira Hofmann/photothek/IMAGO

A chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, assegurou, esta quinta-feira (13.04), que a União Europeia está unida em relação à China, após declarações do Presidente francês, Emmanuel Macron, terem causado polémica.

"Não só temos uma posição comum, mas quando partilhamos um mercado comum, não podemos ter posições diferentes em relação ao maior parceiro comercial da União Europeia", disse Baerbock na cidade chinesa de Tianjin, no início de uma visita de dois dias à China.

No regresso de uma viagem a Pequim, Macron defendeu que a Europa não dever alinhar-se com os Estados Unidos ou a China no caso de uma disputa entre as duas potências sobre Taiwan.

"O pior que pode acontecer é que os europeus acreditem que têm de se tornar seguidores e adaptar-se ao ritmo americano e às reações exageradas da China", disse Macron ao jornal Les Echoes, numa entrevista divulgada no domingo.

Já na quarta-feira, em Amesterdão, Macron insistiu que "ser aliado [dos Estados Unidos] não significa ser vassalo", assumindo as declarações polémicas que fez sobre Taiwan.

Ucrânia e Taiwan: Os desafios do Ocidente na China

Também em declarações esta quinta-feira, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, criticou o que considerou ser uma "declaração lamentável" de Macron.

"Nunca estivemos em perigo de ser ou de nos tornarmos um vassalo dos Estados Unidos", acrescentou, citado pela AFP.

Aumento de tensões

A visita de Annalena Baerbock à China surge numa altura em que aumentam as manobras militares chinesas em torno de Taiwan, que o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão condenou na quarta-feira, e na sequência do apoio renovado da China à Rússia após a invasão da Ucrânia.

Pequim considera Taiwan como uma província rebelde desde o fim da guerra civil chinesa em 1949, que ainda não conseguiu reunificar com o resto do território da China.

A ilha, atualmente com 23 milhões de habitantes, vive autonomamente desde então, mas a China reclama a soberania e ameaça tomá-la pela força se declarar a independência.

Os Estados Unidos são o principal aliado e fornecedor de armas de Taiwan.

As declarações de Macron suscitaram críticas na Europa e nos Estados Unidos, numa altura em que Washington garante a segurança europeia ao apoiar a Ucrânia e sabendo-se que um conflito sobre Taiwan terá repercussões para os europeus e para o mundo.

Isso mesmo lembrou também Annalena Baerbock: "Uma escalada militar no Estreito de Taiwan, onde passam 50% das entregas económicas, seria o pior cenário para o mundo".

Depois da China, Baerbock vai visitar a Coreia do Sul no fim de semana, a que segue o Japão, onde vai participar, entre 16 e 18, na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7, o grupo das sete economias mais desenvolvidas.