Membros do Boko Haram desaparecidos após emprisionamento
26 de setembro de 2014No mês de setembro, mais de 460 pessoas que viajam do norte da Nigéria para o sul, foram detidas sob suspeita de ligações ao grupo terrorista Boko Haram. A escalada de violência no país causou 3.000 mortos e 10.000 deslocados nos últimos seis meses, segundo a organização Human Rights Watch. No entanto, a orgnaização de defesa dos direitos humanos também se preocupa com o que vai acontecer com os membros do grupo extremista Boko Haram.
Suspeitos desaparecidos
De acordo com Mausi Segun da Human Rights Watch, o governo nigeriano declarou que “40 suspeitos foram condenados por crimes relacionados com insurgência ou terrorismo.”
No entanto, a Human Rights Watch acredita que “os números devem ser mais altos porque documentámos a prisão de mais de mil casos. Então a questão é o que aconteceu a essas pessoas? Nós recomendámos que 500, das 1400 pessoas deviam ser julgadas. O que está a acontecer com os seus processos? Gostaríamos que o governo nigeriano respondesse. O nosso painel recomendou a libertação de mais de 600 pessoas. O que aconteceu a essas recomendações? Não temos nenhum tipo de informação”, especifica Mausi Segun.
Sob pressão
O exército nigeriano tem estado sob pressão para retomar o território perdido para os combatentes islâmicos do Boko Haram no extremo nordeste do país e indicou que tem realizado operações coordenadas por terra e ar para fazer recuar os ativistas.
O presidente nigeriano Goodluck Jonathan tem recebido apelos para declarar guerra total aos militantes do Boko Haram que tomaram os estados de Yobe, Boro e Adamawa no norodeste do país, nas últimas semanas. Ainda esta semana o grupo radical islâmico atacaou duas vilas em Borno matando 20 pessoas.
Transparência em processos judiciais
Mas a Human Rights Watch procura investigar qualquer tipo de violação dos direitos humanos. Por isso, Mausi Segun da HRW, lembra que é preciso saber do paradeiro dos membros do grupo Boko Haram. De acordo com Mausi Segun, “centenas dos que foram presos, simplesmente desapareceram em custódia. Não existem registos, especialmente dos seus familiares, do seu paradeiro ou se estão a ser processados em algum tribunal.“.
Contra-ataque
O grupo fundamentalista, que pretende criar um Estado islâmico no norte da Nigéria, maioritariamente muçulmano, ao contrário do sul, de maioria cristã, está ativo no país desde 2009 e terá causado mais de 3.000 mortes.
Entretanto, na quinta-feira (25.09), legisladores nigerianos aprovaram um pedido do presidente nigeriano, Goodluck Jonathan de mil milhões de dólares para lutar contra o grupo extremista Boko Haram.
O pedido foi feito este mês e será usado para a compra de navios, armamento e helicópetros, segundo uma fonte do Senado. A mesma fonte revelou ainda que a Bielorrússia vai ceder os helicópetros. No entanto, o empréstimo ainda terá de ser aprovado pela câmara baixa da casa dos representantes e só depois poderá ser assinado pelo presidente Goodluck Jonathan.