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MDM e FRELIMO "batem-se" por Quelimane

Obadias, Obedes15 de novembro de 2013

Quelimane será uma das maiores "batalhas" das eleições autárquicas em Moçambique. Esta é uma das poucas cidades governadas pela oposição, o MDM. O partido no poder, FRELIMO, faz de tudo para recuperá-la.

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Os candidatos e os seus apoiantes levam mensagens e promessas ao eleitorado por via de campanha porta-a-porta, visitas aos mercados e comícios em locais de maior concentração pública.

Também organizam desfiles em diversas artérias de Quelimane juntando milhares de membros e simpatizantes para pedir votos.

A RENAMO, o maior partido da oposição, decidiu abster-se de concorrer por qualquer das autarquias como sinal de protesto contra a composição da Comissão Nacional Eleitoral - CNE.

Assim em Quelimane, capital da província central da Zambézia, estão na corrida para à presidência deste município, a FRELIMO, partido no poder, e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que preside o município desde as intercalares de 2011, aquando da renúncia do edil Pio Matos da FRELIMO. Na altura, Manuel Alculete Lopes de Araújo, do MDM, ganhou com 62,65% dos votos contra 37,31% de Lorenço Abu Bacar candidato da FRELIMO.

Desde 2011, Quelimane passou a ser a segunda cidade governada pela oposição do MDM para além da cidade da Beira.
As promessas

Na campanha para as autárquicas de 2013, Manuel de Araújo disse querer continuar com o seu programa de desenvolver Quelimane através do melhoramento dos mercados, mais acesso à energia e mais estradas.

E no meio de cantorias da campanha, e com a concordância do seu eleitorado, o candidato instrui: "Naquele boletim verão duas pessoas, a primeira(que é do candidato da FRELIMO) esqueçam, a segunda foto sim. Queremos melhorar este mercado."

Por seu turno, Abel Henriques de Albuquerque, candidato pela FRELIMO, além de um município próspero, promete uma governação inclusiva, participava, e fora da corrupção: "Agora é para lutarmos e criarmos um futuro melhor para Quelimane. Se usarmos camisetas e depois não lutarmos interessa alguma coisa? Então temos de estar muito vigilantes."

Albuquerque usa a mesma estrtágia que Araújo, alertando que o primeiro é quem merece o voto. E tal como o anterior candidato, o seu eleitorado responde positivamente aos seus apelos. O candidato do MDM também fez referência aos confrontos armados entre a RENAMO e o Governo que segundo ele "já deixou várias dezenas de mortos, nomeadmente na província central de Sofala em localidades como Maríngué e Muxúngué".

Manuel de Araújo aproveita a tensão político-militar para colher votos: "Qual é a cor da paz? E a minha camiseta de que cor é? Quero pedir aos jovens, que se votarem na morte e no sangue daqui a três meses veremos rusgas aqui na cidade para capturarem jovens para irem morrer em Maríngué." RENAMO na luta pela paridade

Os dois maiores partidos concorrentes, acusam-se mutuamente pelo não cumprimento das regras da campanha eleitoral: "A utilização de meios e bens estatais, o uso de crianças para inviabilizar o manifesto do outro, etc. Mas esse tipo de comportamento não é pemitido pela lei da sociedade civil. Além de observadora (a sociedade civil) vai entrar e incutir civismo em ambas as partes."

A RENAMO, através do seu delegado político na provincia da Zambézia Abdula Ibrahimo lamenta que partidos e organizações tenham aceite participar nessas eleições: "Apresentamos inquietações e preocupações que são também do povo moçambicano". Por outro lado, aproveitou para lembrar aos moçambicanos que a sua formação está fora desta corrida: "Não podemos aderir a essa manobra e por isso queremos paridade para que as eleições sejam livres, transparentes e justas."

A campanha eleitoral em Moçambique termina na próxima segunda-feira dezoito de novembro e dois dias depois terá lugar a votação.