Mau tempo em Cabo Delgado afeta 9 mil pessoas
30 de dezembro de 2019O mau tempo continua a causar estragos na província de Cabo Delgado. Segundo um balanço provisório do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades desta segunda-feira, 30 de dezembro, 8.995 pessoas foram afetadas até agora pelo mau tempo e 1.799 casas ficaram destruídas.
Além disso, segundo a delegada provincial do INGC em Cabo Delgado, Elizete Manuel, também houve "registo de 48 embarcações que ficaram destruídas. Para o setor agrário ainda não houve registo de danos. Para a área da eletricidade, cerca de 57 postes de energia ficaram destruídos."
Nove estradas estão intransitáveis e continua cortada a ligação rodoviária com nove distritos da região norte de Cabo Delgado, devido ao desabamento da ponte sobre o rio Montepuez, no último sábado (28.12).
Solução provisória
Desde a manhã de segunda-feira, três barcos fazem a ligação entre as duas margens do rio Montepuez, possibilitando a travessia das pessoas que, desde o incidente, se aglomeraram no local à espera de uma solução.
Técnicos da Administração Nacional de Estradas e do setor de Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos aguardam pela redução do caudal para intervir.
O Governo equaciona a possibilidade de usar vias alternativas para aceder aos nove distritos isolados. No entanto, esta solução poderá não ser a breve trecho.
"Prevê-se que a intervenção sobre as vias alternativas leve um tempo relativamente razoável pela dimensão do dano que temos. Por isso, vamos continuar a investir muito na travessia dos passageiros por barco", afirmou o governador da província de Cabo Delgado, Júlio Parruque.
Alerta à população
A previsão é de que o mau tempo poderá continuar nos próximos dias, no centro e norte de Moçambique.
A diretora-geral do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, Augusta Maita, desafiou as autoridades municipais a investir mais na difusão de informações à população: "Temos estado a incentivar as nossas delegações provinciais para que, em conjunto com os municípios e distritos, ativem mais atividades de sensibilização das comunidades para a limpeza das valas de drenagem e [desobstrução] de todas as situações que podem barrar o curso normal da água."