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Mali: Oposição convoca protestos de apoio aos militares

AFP | Reuters | Lusa | Mahamadou Kane | tms
21 de agosto de 2020

O Movimento 5 de Junho, da oposição, discorda do apelo da CEDEAO para o regresso de Keita ao poder. "Queremos um novo Mali", diz. E neste âmbito manifesta apoio aos militares golpistas.

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Mali I  Demonstration gegen Regionalblock ECOWAS in Bamako
Foto: Reuters/M. Kalapo

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) apelou esta quinta-feira (20.08) ao regresso imediato ao poder do Presidente Ibrahim Boubacar Keita, após o golpe militar de terça-feira (18.08) no Mali.

Entretanto, a junta militar que derrubou Keita anunciou que vai estabelecer um Governo de transição, contrariando as recomendações da CEDEAO. E o Movimento 5 de junho, da oposição, convocou para esta sexta-feira (21.08) uma manifestação de apoio aos militares.

"Houve debates entre os chefes de estado da CEDEAO. Já se sabe os resultados. Eles virão ao país, mas não vamos nos mover", garante o líder do movimento, Oumar Sissoko.

E por isso o contestatário exige: "Queremos um novo Mali, e é por isso que estamos a apelar ao nosso povo, dentro e fora do Mali, para se manifestar massivamente em apoio aos militares".

As fronteiras terrestres e aéreas do Mali, encerradas desde o golpe militar de terça-feira (18.08), serão reabertas esta sexta-feira (21.08), anunciou a junta militar que assumiu a liderança do país, através de um breve comunicado.

Mali I Ibrahim Boubacar Keita
Ibrahim Boubacar Keita, Presidente depostoFoto: Getty Images/AFP/T. Schwarz

O que pensam os cidadãos?

Mas desde quinta-feira (20.08), as atividades foram retomadas em Bamako, dividindo as opiniões dos cidadãos. Um deles afirma: "Não se pode dizer que estamos felizes, não se pode dizer que estamos tristes também. Atualmente, vejo que a situação está estável. Não tememos nada. Costumávamos ficar um pouco frustrados”.

"Precisamos do uso da força para fazer as pessoas respeitarem a autoridade. Acredito que, como primeiro passo, devemos deixar os militares governarem o país pelos próximos cinco anos para estabilizá-lo", entende outro maliano.

O golpe militar de terça-feira (18,08) é o segundo no Mali em oito anos. O primeiro, em 2012, foi seguido por uma insurreição no norte do país, que se transformou numa insurgência jihadista que agora ameaça os vizinhos Níger e Burkina Faso.

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