Madagáscar volta às urnas para eleger deputados
27 de maio de 2019Depois da derrota de dezembro, Marc Ravalomanana tem-se multiplicado em apoios aos candidatos do seu partido (TIM) e mostrado determinação em vencer a terceira "rodada" daquele país insular com cerca de 25 milhões de habitantes.
Com o envolvimento nesta campanha limitado devido às suas funções de chefe de Estado, Andry Rajoelina promoveu múltiplas inaugurações e visitas a todas as zonas da ilha, sempre acompanhado por candidatos da sua aliança política.
Nas eleições desta segunda-feira (27.05), a moldura de candidatos independentes torna improvável a formação de uma maioria estável em Madagáscar, que tem um regime semipresidencialista.
"Transferência democrática de poder"
Em janeiro, pela primeira vez na história da ilha, habituada a crises políticas desde a sua independência de França em 1960, a investidura do Presidente Andry Rajoelina ocorreu na presença dos seus rivais eleitorais e dos anteriores chefes de Estado, entre os quais Didier Ratsiraka, Marc Ravalomanana e Hery Rajaonarimampianina.
"É histórico, é a ilustração de uma transferência democrática de poder, o respeito aos valores republicanos", disse Rajaonarimampianina à imprensa à saída do palácio presidencial.
A eleição presidencial, cuja segunda volta foi realizada a 19 de dezembro, foi palco de uma grande disputa entre Ravalomanana e Rajoelina.
No poder a partir de 2002, Ravalomanana foi forçado a renunciar em 2009 depois de uma vaga de protestos violentos fomentados por Rajoelina, na época autarca de Antananarivo. Rajoelina foi então colocado pelo exército à frente de uma presidência de transição que deixou em 2014.
Ambos foram proibidos de concorrer à presidência em 2013, como parte de um acordo de resolução da crise e validado pela comunidade internacional.