"G5 Sahel tem problema operacional e não de dinheiro"
23 de dezembro de 2017O Presidente francês, Emmanuel Macron, disse, este sábado (23.12), em Niamey, no Níger, que o seu país está pronto para combater junto com as tropas africanas os radicais islâmicos na região do Sahel.
O chefe de Estado afirmou também que o estabelecimento da força do G5 Sahel – formada pelo Mali, Chade, Burkina Faso, Níger e Mauritânia -, apoiado pela França, tem mais um problema operacional do que de dinheiro. "Não se trata de dinheiro. É uma questão na rapidez operacional", enfatizou o Emmanuel Macron durante visita ao país africano.
"O que precisamos, principalmente, é esclarecer as regras de comando e os elementos operacionais no terreno", disse Macron, citando elementos para garantir a implantação da força militar contra o terrorismo.
Apesar dos problemas operacionais, o Presidente francês garantiu estar "muito confiante" na "capacidade de implementar [o G5 Sahel] nas próximas semanas", adiantando que "haverá operações, que serão realizadas nos primeiros meses de 2018, em conexão com a [operaão francesa] Barkhane".
Em novembro, o G5 Sahel, formado por soldados dos cinco países, deslanchou uma operação inicial "exploratória”. Até a primavera de 2018, os líderes da região esperam aumentar para cinco mil o número de combatentes.
Fortalecimento contra o terrorismo
O Presidente francês garantiu que, entretanto, a região continua sendo um foco para o Exército da França. "A França está pronta, não só para manter, mas, se necessário, para fortalecer seu engajamento na região, porque a luta contra o terrorismo no Sahel é essencial, na minha opinião".
A força militar contra o terrorismo no Sahel conta um financiamento de 50 milhões de euros da Europa e, como lembrou Macron, terá uma contribuição de 100 milhões de euros da Arábia Saudita e outros 30 milhões dos Emirados Árabes.
Os grupos jihadistas que atuavam na região, dispersos durante a intervenção francesa Serval em 2013, encontraram agora um novo fôlego, apesar da presença de 12 mil capacetes azuis (MINUSMA/ONU) e da força francesa Barkhane, que tem quatro mil homens na região.
Estes rebeldes, que multiplicaram os ataques mortais contra essas forças e o Exército maliano, estenderam em 2017 suas ações no centro e sul do Mali, na fronteira com o Níger e Burkina Faso, que também são afetados regularmente pelos ataques terroristas.