Löw afasta históricos da seleção
7 de março de 2019Tida por alguns quadrantes como uma medida aguardada (e até retardada no tempo, podendo ter sido tomada logo após a desastrosa presença da Alemanha na fase final do Mundial da Rússia), a posição do selecionador alemão configura uma mudança de paradigma, afastando três "históricos” da equipa nacional para dar espaço a novos valores, numa lógica de renovação que se alicerça no projeto global da federação alemã de futebol (DFB), ela própria apostada em criar condições para expandir a formação de novos talentos por todo o país.
Em declarações ao diário "Bild”, Löw agradeceu a contribuição dos três futebolistas à seleção nacional e a partilha de muitos anos de êxitos únicos e extraordinários, mas avançou querer dar "uma nova cara” à equipa, projetando as bases para o futuro.
Mais de 250 jogos pela seleção alemã
Em conjunto, os defesas centrais Boateng e Hummels e o médio ofensivo Müller somam cerca de 250 jogos pela "mannschaft”. Hummels e Boateng, ambos de 30 anos, foram campeões europeus de "sub 21” em 2009, e os três estiveram no Mundial da África do Sul, onde a Alemanha chegou às meias-finais, com a equipa mais jovem em 76 anos de presenças. Quatro anos volvidos, participaram no Mundial do Brasil, onde se sagraram campeões do mundo.
Thomas Müller não escondeu o seu desapontamento, dando conta de alguma surpresa pela medida do selecionador Joachim Löw. O jogador, de 29 anos de idade, Bota de Ouro no Mundial de 2010 e segundo melhor marcador no Brasil, com cinco golos, sublinhou ter ainda muito a dar ao futebol, embora, esta temporada, não seja uma das opções mais utilizadas pelo técnico Niko Kovać no Bayern Munique (foi apenas 18 vezes titular na Bundesliga e seis na Liga dos Campeões).
Uma renovação "anunciada"
A má carreira da seleção germânica na fase final do Mundial de 2018 (tendo sido afastada, pela primeira vez, na fase de grupos) e na Liga das Nações (terceira classificada no seu grupo e despromovida à liga B) estarão na base de uma necessária reflexão e renovação, após o voto de confiança dado pela federação ao treinador principal, com a extensão do contrato até ao final do Europeu de 2020. Na fase de qualificação, os alemães, no grupo C, terão como adversários a Holanda (num reencontro após a Liga das Nações), a Irlanda do Norte, a Estónia e a Bielorrússia, iniciando justamente em Amesterdão, frente à seleção de Ronald Koeman, no próximo dia 24 de março, a caminhada para a fase final do torneio.