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Enfermeiros em greve em Luanda

12 de junho de 2018

Os enfermeiros de Luanda entraram em greve por tempo indeterminado, depois de uma negociação fracassada com os dirigentes da Delegação provincial de Saúde de Luanda.

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Angola Streik Krankenhaus
Foto: DW/P. Borralha Ndomba

O secretário do Sindicato dos Técnicos de Enfermagem de Angola (Sintenfl), Afonso Quileba, afirmou esta segunda-feira (11.06), em entrevista à DW África, que a comissão estava a mobilizar os piquetes de greve para as primeiras horas de terça-feira, com vista a paralisar alguns serviços hospitalares. 

O anúncio seguiu-se a uma reunião entre a comissão sindical e a entidade patronal que terminou sem acordo. "Em muitas unidades sanitárias, os técnicos de saúde estavam expectantes de que o resultado da reunião seria flexível para convencer a plenária. Neste momento, estamos a caminho do Hospital da Samba para poderemos orientar os piquetes de greve", disse o sindicalista.

De acordo com Afonso Quileba, estão abrangidos pela paralisação todos os postos, centros, hospitais municipais e provinciais de Luanda. Neste período, estão em funcionamento apenas serviços mínimos básicos, como o banco de urgência e sala de partos, com equipas reduzidas.

Reunião inconclusiva

Angola Luanda Hospital Geral de Luanda
Hospital Geral de LuandaFoto: DW/C. Vieira

Segundo Afonso Quileba, as duas partes não chegaram a nenhum acordo quanto às exigências dos enfermeiros. A Delegação Provincial da Saúde, enquanto entidade patronal, apresentou propostas que não foram aceites.

"Trouxeram uma proposta de uma visão global, não houve classificações a nível provincial para podermos ver quais são os funcionários que poderão participar no concurso público interno, o que seria um sinal a ser aprovado, por falta deste entrosamento não se chegou a consenso", salientou Quileba. Os responsáveis do sector abandonaram o local da reunião ainda antes da leitura do comunicado final dos profissionais que decidiram avançar com a greve.

Entretanto, os representantes sindicais garantem que o período de duração da greve duração depende do tempo que o Governo vai levar para atender às preocupações apresentadas.

Várias reivindicações sem resposta

"A direção provincial esteve na reunião para esclarecer assuntos que, no seu entender, eram pontuais. Mas, no entender da assembleia de trabalhadores, são assuntos aos quais a entidade patronal não dá solução, apesar das constantes reclamações. Razão pela qual os membros da Assembleia decretaram a greve até aos novos pronunciamentos da entidade empregadora”, explicou Afonso Quileba.

Enfermeiros em greve em Luanda

Os enfermeiros da capital angolana querem ver resolvidos o pagamento de retroactivos, acertos de categorias, ajuste salarial, pagamento de subsídios e também a realização de um concurso interno.

"O que está na base disso é a promoção da categoria dos profissionais há mais de cinco anos ao serviço. E outra questão é a abertura de um concurso público interno para os profissionais que aumentaram o nível académico na área de enfermagem e o pagamento dos retroactivos referente a carreira de enfermagem”, explicou Quileba.

O Sintenfl conta com um total de 6.000 enfermeiros filiados, numa província com quase sete milhões de habitantes. A DW África tentou, sem sucesso, contactar a Delegação Provincial da Saúde de Luanda.