Kuduro – Um ritmo angolano conquista o mundo
6 de agosto de 2010O Kuduro dança-se assim: ao Break Dance e aos movimentos do Hip Hop combinam-se as danças carnavalescas e tradicionais de Angola. Para dançá-lo bem, incluem-se ainda movimentos gráficos teatrais: os kuduristas gatinham pelo chão, dançam de cócoras ou com as pernas retorcidas. Se caírem no chão também é normal.
Trata-se de um movimento influenciado não só pela violência em Angola, vivenciada pela população durante a guerra civil, que durou quase trinta anos, mas também pelos problemas dos dias que correm.
A linguagem usada nas letras das músicas é o calão de Luanda, uma combinação do Português com o Kimbundu, a segunda língua nacional mais falada em Angola.
Em Lisboa, onde vivem cerca de 30 mil refugiados de guerra angolanos, situa-se a segunda cena do Kuduro. O estilo desenvolvido lá é denominado Kuduro Progressivo. Esse estilo contém mais elementos do techno e tem uma produção técnica mais elaborada. O maior representante dessa vertente é o grupo Buraka Som Sistema, cujo nome faz referência ao bairro suburbano Buraca, em Lisboa. Composta por músicos de raízes angolanas, a banda trouxe o ritmo do Kuduro para a cena global, embora diferente daquele produzido nos guetos de Luanda.
Os sons e a dança do Kuduro são principalmente distribuídos através de mercados informais e, maioritariamente, em órgãos de comunicação virtuais. Depois de ter conquistado Luanda e Lisboa, o Kuduro está a alargar o seu sucesso ao mundo.
Paula Lanza apresenta o Kuduro.