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Moçambique: Junta Militar nega envolvimento em ataques

Arcénio Sebastião
21 de setembro de 2020

Polícia da República de Moçambique responsabiliza dissidentes da RENAMO por ataque que fez um morto e oito feridos no domingo, na EN1, em Sofala. Líder da Junta Militar devolve a acusação ao Governo.

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Mosambik Autobahn N1 ist beschädigt
Foto: DW/A. Sebastião

A Polícia da República de Moçambique em Sofala confirma a ocorrência de um ataque armado entre a Gorongosa e Nhamatanda, no domingo (20.09), e avança um balanço provisório de uma vítima mortal e nove feridos, embora testemunhas no local tenham contabilizado dois óbitos.

"Temos registado um caso de ataque protagonizado por bandidos pertencentes à autoproclamada junta militar da RENAMO, estes que posicionados na N1 empenhados de armas de tipo AKM teriam efetuado vários disparos contra viaturas", disse Daniel Macuácua, porta-voz local da Polícia da República de Moçambique (PRM).

"É o Governo que deve saber"

O ataque atribuído à Junta Militar da RENAMO é, no entanto, refutado pelo líder do grupo Mariano Nhongo, que delega no Governo a necessidade de investigar a autoria dos incidentes.

RENAMO Guerillakämpfer in Gorongosa, Mosambik
Foto: DW/A. Sebastiao

"Não me pergunte sobre esses ataques, porque eu também não sei", afirmou. "Pergunte ao Governo quem está a realizar esses ataques, o que está acontecer nesses ataques... É o Governo que deve saber", reitera. 

A autoproclamada Junta Militar é apontada como autora dos ataques pelas autoridades moçambicanas desde junho de 2019, aquando da sua fundação. Esta organização contesta a liderança do maior partido da oposição moçambicana, a RENAMO, liderada por Ossufo Momade.  

Momade apela à união

Ossufo Momade está em visita de trabalho à província de Sofala desde o último domingo e voltou a apelar a Nhongo que se alinhe com o partido e adira ao processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos antigos guerrilheiros da RENAMO. 

Mosambik Wahlkampf Ossufo Momade, Vorsitzender von RENAMO
Ossufo Momade é o atual líder da RENAMO, o maior partido da oposição em MoçambiqueFoto: DW/M. Mueia

"Temos feito vários apelos para que o Nhongo pudesse voltar à razão", garante o líder do partido. "Em nenhum momento deixámos de convidar para que eles pudessem regressar. Neste momento está a decorrer o DDR e nós queríamos que esses irmãos não pudessem perder esta oportunidade, porque é uma e única oportunidade que podem aproveitar", acrescenta, para dizer que "se perderem a oportunidade, teremos problemas".

Também no domingo, populares deram conta de mais um ataque no troço Muxungue-Save contra dois camiões de carga, incidente que ainda não confirmado pela polícia. É o segundo dia de incidentes no centro do país em menos de uma semana, depois de um ataque armado contra três autocarros de passageiros em Pungué, na quinta-feira (17.09).

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