Israel e Hamas sinalizam novo diálogo para uma trégua
20 de dezembro de 2023O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, que reside no Qatar, terá discussões sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza e uma troca de prisioneiros com Israel, disse à agência France-Presse uma fonte do movimento palestiniano.
Haniyeh lidera uma delegação de "alto nível" do Hamas ao Egito, onde terá discussões com o chefe da "secreta" egípcia, Abbas Kamel, no sentido de "travar a agressão e a guerra e preparar a libertação de prisioneiros e o fim do cerco imposto à Faixa de Gaza", indicou a mesma fonte.
O grupo também avisou que não negociará a libertação de reféns enquanto a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza continuar.
Israel está a negociar libertação de reféns
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse esta terça-feira (19.12), no final da da sua terceira reunião com familiares de reféns detidos pelo Hamas em Gaza, que está a negociar a libertação dos sequestrados.
"Recentemente, enviei duas vezes o chefe da Mossad à Europa para promover um processo de libertação dos nossos reféns", disse o primeiro-ministro, segundo um comunicado do Governo israelita. "Não pouparei esforços" para libertar os que ainda estão sequestrados na Faixa de Gaza, sublinhou Netanyahu.
Os meios de comunicação social israelitas informaram que o chefe do serviço de informações Mossad, David Barnea, se reuniu na segunda-feira (18.12), em Varsóvia, com o diretor da CIA, Bill Burns, e com o primeiro-ministro do Qatar, o xeque Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, com quem já se tinha encontrado na sexta-feira, na Noruega, para negociar uma nova trégua.
"As conversações foram positivas e foram discutidas diferentes propostas", afirmou à Reuters uma fonte negocial do Qatar. "No entanto, não se espera um acordo iminente", acrescentou.
A negociação incluiria a libertação de entre 30 e 40 pessoas raptadas, principalmente mulheres, idosos e os mais afetados pelo cativeiro, tanto física como mentalmente, além da duração de uma trégua, do número de prisioneiros palestinianos que seriam devolvidos em troca e da ajuda humanitária na Faixa de Gaza, segundo a imprensa israelita.
Após o ataque do Hamas em 7 de outubro, com mais de 1.200 mortos e acima de 240 sequestrados, Israel declarou guerra ao movimento palestiniano e lançou uma ofensiva militar por terra, mar e ar no enclave.
A operação já provocou mais de 19.600 mortos, na maioria civis, e 52.500 feridos segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas, e cerca de 1,9 milhões de deslocados, de acordo com a ONU.