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ConflitosIsrael

Irão emite ordem de ataque contra Israel

Reuters | AP | Lusa | bd
1 de agosto de 2024

O líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, emitiu uma ordem para que o Irão ataque Israel diretamente, em retaliação ao assassinato em Teerão do líder do Hamas, Ismail Haniyeh.

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Ayatollah Ali Khamenei
Foto: Atta Kenare/AFP

A declaração de ataque do líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, foi lida na madrugada desta quinta-feira (01.08) no principal canal televisivo de notícias iraniano, IRIB: "O regime sionista criminoso e terrorista preparou o terreno para um duro castigo e consideramos que é o nosso dever vingar o sangue daquele que foi martirizado na terra da República Islâmica do Irão."

O Governo iraniano anunciou três dias de luto nacional pela morte de Haniyeh. Israel não fez qualquer comentário nem reivindicou qualquer responsabilidade. As forças armadas israelitas afirmaram estar a avaliar a situação, mas não emitiram quaisquer novas orientações de segurança para os civis.

A partir de Berlim, a ministra alemã dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, apelou aos cidadãos alemães para que abandonem o Líbano, face à escalada da tensão na região.

O Conselho de Segurança da ONU reuniu-se na quarta-feira (31.07) em Nova Iorque para uma sessão de emergência, solicitada pelo Irão e apoiada pela China, Rússia e Argélia, para discutir a escalada do conflito no Médio Oriente.

O assassinato de Ismail Haniyeh, líder do Hamas, agravou as tensões no Médio Oriente
O assassinato de Ismail Haniyeh, líder do Hamas, agravou as tensões no Médio OrienteFoto: Iran's Presidency/WANA/REUTERS

Posições divergentes

Amir Iravani é representante permanente do Irão junto das Nações Unidas: "O Conselho de Segurança deve condenar inequivocamente Israel pelo seu horrível ato terrorista, que constitui uma violação muito grave do direito internacional e da Carta das Nações Unidas, bem como uma grave violação da soberania e da segurança nacional do Irão."

O embaixador Jonathan Miller, representante permanente Adjunto de Israel junto das Nações Unidas não tardou em responder: "Em primeiro lugar, temos de sublinhar a hipocrisia patente aqui hoje. Esta reunião foi convocada pelo principal patrocinador mundial do terrorismo, responsável pelas mais horríveis barbáries na região e no mundo, a República Islâmica do Irão".

"Temos o dever de garantir o regresso seguro dos israelitas às suas casas no norte de Israel, e continuaremos a atuar para defender todo o povo de Israel", garantiu Miller.

Por seu lado, Fu Cong, representante da China junto da ONU, criticou o Governo israelita, alegando que "foi uma tentativa flagrante de sabotar os esforços de paz e de espezinhar o princípio fundamental da Carta das Nações Unidas de respeito pela soberania e integridade territorial de todos os Estados".

Annalena Baerbock, chefe da diplomacia alemã, pede aos cidadãos alemães no Líbano que deixem o país
Annalena Baerbock, chefe da diplomacia alemã, pede aos cidadãos alemães no Líbano que deixem o paísFoto: dts-Agentur/picture alliance

"Perigosa escalada do conflito" no Médio Oriente

Já o Governo de Argélia, pela voz do diplomata Amar Bendjama, fez um aviso à navegação: "Estamos à beira de uma catástrofe. Israel cometeu um ato de terror ao assassinar Ismail Haniyeh em Teerão, violando o direito internacional, violando a soberania da República Islâmica do Irão."

O vice-embaixador dos EUA, Robert Wood, pediu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que apoiasse o "direito de Israel de se defender contra ataques" de grupos como o Hezbollah. Pediu ao Conselho de Segurança que responsabilizasse o Irão pelo seu apoio a esses grupos, bem como pelas suas supostas violações do direito internacional.

O Egito, o Qatar e a Jordânia culpam Israel pela "perigosa escalada" na região. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, defendeu que Israel desferiu "golpes severos" nos seus inimigos nos últimos dias, mencionando explicitamente a eliminação do líder militar libanês do Hezbollah, Fouad Chokr, no ataque em Beirute. Até agora Israel mantém-se em silêncio relativamente à morte do líder do Hamas, no Irão.

Riscos de expansão da guerra no Médio Oriente