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Inhambane é a província moçambicana mais exposta à Covid-19

23 de dezembro de 2020

Inhambane, no sul de Moçambique, é a província que apresenta maior exposição à Covid-19 no país. As autoridades da saúde estão preocupadas com a situação. Residentes lamentam que não se usem máscaras como é recomendado.

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Foto: Luciano da Conceição/DW

Enquanto Maxixe tem 5,2% de exposição, Massinga tem 7,4%, segundo o inquérito epidemiológico realizado nestes dois municípios, entre novembro e dezembro. O Comité Operativo de Emergência em Inhambane e o Instituto Nacional de Saúde concluíram que estas regiões apresentam a maior taxa de transmissão do novo coronavírus em Moçambique.

Sérgio Chicumbe, diretor de inquéritos e observação de saúde no Instituto Nacional de Saúde, considera que os dados são preocupantes e que é preciso melhorar os esforços de prevenção. "É das sero-prevalências mais altas em comparação com outros locais onde o inquérito já foi realizado, portanto isso prova que temos de redobrar esforços para prevenção da transmissão", recomenda.

Leonardo Cumbane, residente em Maxixe, defende que é preciso aconselhar as pessoas a cumprirem as medidas de prevenção, porque muitos não usam máscaras em lugares públicos. "Vejo a maior parte das pessoas sem máscaras, isso quer dizer qeu o número pode vir a subir. Com o uso de máscara estaríamos a reduzir ou a prevenir", diz.

Visitantes da África do Sul causam preocupação

Durante esta quadra festiva chegam à província muitos concidadãos da vizinha África do Sul, facto que poderá agravar a transmissão comunitária da Covid-19. O país regista uma das maiores taxas de infeção da Covid-19 em África e mais recentemente registou casos de uma nova variante da doença, considerada mais transmissível e com carga viral mais alta.

Mosambik I Inhambane Covid-19
Autoridades querem "redobrar esforços para prevenção da transmissão"Foto: Luciano da Conceição/DW

José Fanheiro, residente de Inhambane, pede às autoridades da saúde mais rigor no controlo dos movimentos das pessoas e o cumprimento das medidas de prevenção. "Não estão a cumprir com a orientação das autoridades de saúde, que estão a controlar o movimento e os casos que possivelmente podem acontecer", afirma.

As forças de defesa e segurança apresentam maior taxa de exposição à Covid-19, seguidos pelos comerciantes e vendedores de mercados. Já as famílias nas comunidades são as que registam a taxa mais baixa de exposição.

Segundo o diretor de inquéritos e observação de saúde no Instituto Nacional de Saúde, a maior parte das pessoas inquiridas "são assintomáticas".

Ludmilia Maguni, secretária de Estado em Inhambane, mostra-se preocupada com os jovens que não estão a cumprir as recomendações de prevenção, como ficar em casa e sair apenas quando necessário. Por isso, recomenda: "Estamos a falar dos jovens, principalmente da nossa província que fiquem em casa."

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